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'Temo barbeiragem', diz Marinho sobre reforma

Um dia após perder pupilo Chioro em Brasília, prefeito de S.Bernardo critica troca ministerial de Dilma

Por Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
25/09/2015 | 07:00
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André Henriques/DGABC


O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), criticou a reforma ministerial projetada pela presidente Dilma Rousseff (PT) um dia depois de a chefe da Nação sinalizar troca no comando do Ministério da Saúde, hoje nas mãos de Arthur Chioro (PT), indicação de Marinho na Esplanada. Ele deve ser substituído pelo deputado Manoel Júnior (PMDB-PB) para acalmar o PMDB no Congresso.

Durante atividade do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC em Diadema, Marinho disse “temer” que a presidente faça “barbeiragem” durante a condução das mudanças no primeiro escalão e que “particularmente defende outro caminho” para buscar sanar a crise política instalada no Palácio do Planalto.
“O governo tem de avaliar o tamanho do seu problema e a cirurgia que tem de fazer para resolver o problema. A presidente Dilma tem de fazer a cirurgia certa. Só temo que a cirurgia tenha uma barbeiragem e o paciente continue enfermo. Mas é com ela”, afirmou Marinho.

O petista argumentou que há alternativas de costura política para retomada da governabilidade, mas não detalhou quais porque “a presidente não pediu minha opinião e, por isso, não vou dar”. “A presidente tem de analisar. Ela tenta acertar a relação com o Congresso. Se achar que esse é o melhor caminho... Eu acho que tem outro caminho. Eu particularmente acho isso. Mas como não sou presidente da República não vou falar.”
Questionado sobre a iminente demissão de Chioro – o ministro teria até informado seus subordinados sobre a saída e dizendo ter sido “rifado” do governo –, Marinho não quis tecer opiniões. Pontuou apenas que iria “aguardar” as movimentações e que não trabalhava para manter seu pupilo na Esplanada dos Ministérios. “Se ela resolver os problemas, está bom.”

Chioro assumiu o Ministério da Saúde em janeiro do ano passado, em indicação direta de Marinho. Foi tratativa feita pela presidente para que o prefeito de São Bernardo apoiasse a candidatura de Alexandre Padilha (PT), então titular da Pasta, ao governo de São Paulo. Além da nomeação de Chioro, Marinho ficou com a coordenação da campanha de Dilma em São Paulo e de Padilha. O petista viu a vitória da presidente, porém, com desempenho pífio entre os paulistas. Já Padilha ficou na terceira colocação no pleito estadual.

ADIAMENTO
Sem resolver algumas pendências com o espaço cedido ao PMDB no governo, Dilma optou por adiar o anúncio da reforma ministerial. A efetivação das trocas acontecerá apenas na semana que vem, após retorno de viagem aos Estados Unidos.
(Colaborou Yara Ferraz) 




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