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Uniao Européia nega acordo sobre agricultura na OMC
Do Diário do Grande ABC
03/12/1999 | 10:56
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A Uniao Européia negou, na madrugada desta sexta-feira, em Seattle, onde está sendo realizada a 3ª Reuniao Ministerial da OMC, ter aprovado o rascunho do acordo sobre a "eliminaçao progressiva" dos subsídios às exportaçoes agrícolas. Poucas horas antes, os Estados Unidos haviam anunciado que alguns avanços nessa direçao estavam ocorrendo e que os negociadores europeus haviam aceitado colocar a questao da eliminaçao dos subsídios agrícolas na mesa de negociaçoes da futura Rodada do Milênio, se é que for mesmo lançada.

Fontes européias informaram às agências internacionais, entretanto, que a França tinha se mostrado totalmente contrária a essa posiçao. Imediatamente depois, a Comissao Européia, órgao executivo da Uniao Européia e responsável pelas negociaçoes do bloco em nome de 15 países, divulgou um comunicado oficial esclarecendo que os termos do rascunho da declaraçao nao haviam sido aprovados pela Uniao Européia.

O comissário europeu de Agriculura, Franz Fischler, disse à agência Reuters, por exemplo, que o texto era "um avanço positivo em direçao a um acordo sobre o comércio agrícola", mas, acrescentou de forma enfática, "quero esclarecer que esse texto nao foi aprovado pela Uniao Européia, já que ele nao reflete as nossas posiçoes básicas". A Uniao Européia nao aceita a eliminaçao pura e simples dos subsídios às exportaçoes agrícolas, conforme exigências do Grupo de Cairns e dos Estados Unidos.

A aparente posiçao favorável da Uniao Européia foi jogada por água abaixo com as declaraçoes do ministro francês de Comércio, François Huwart. "Se esse for o resultado final dessas discussoes, naturalmente nao vamos accietá-lo", disse Huwart.

Apesar da posiçao contrária dos europeus a um eventual acordo, os EUA e alguns outros países chegaram a afirmar que as negociaçoes haviam avançado. Os representantes das delegaçoes do Brasil, Argentina e Chile, por exemplo, também afirmaram que o acordo estava próximo a ser assiando. "A agricultura deixou de ser o tema mais espinhoso da reuniao", disse o ministro Luis Felipe Lampreia.

O chanceler chileno, Juan Gabriel Valdés, acrescentou que "a linguagem estava ficando aliviada". O ministro de Agricultura Marcus Vinícius Paratini de Moraes, por sua vez, chegou a afirmar que as conversaçoes com os europeus "nao estavam tao difíceis como se imaginava e que estava havendo avanços".




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