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Número de comboios
cresce 154% em 2011

Sistema Anchieta-Imigrantes registrou 371 operações
em caso de neblina no topo de serra no ano passado

Por Cadu Proieti
Do Diário do Grande ABC
01/01/2012 | 07:00
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No ano passado, o número de Operações Comboio realizadas nas rodovias do Sistema Anchieta-Imigrantes subiu 154% em relação a 2010. De janeiro a novembro de 2011 foram executadas 371 operações. No mesmo período do ano anterior, a condução dos veículos por carros da Polícia Militar Rodoviária e da Ecovias foi feita 146 vezes, sempre na descida da serra. Apesar do crescimento deste tipo de serviço, as rodovias Anchieta e Imigrantes registraram acidentes agravados pelo excesso de neblina. Em setembro, megaengavetamento no sentido Capital envolveu 270 veículos na Imigrantes, deixando uma vítima fatal. O acidente foi considerado o maior da história das rodovias e, mesmo assim, a operação na subida da serra ainda não está em operação.

De acordo com a Ecovias, concessionária responsável pelo Sistema Anchieta-Imigrantes, a operação é acionada sempre que o trecho do topo de serra, local da interligação entre as duas rodovias, na altura do km 40 da Anchieta e do km 42 da Imigrantes, registra visibilidade inferior a 100 metros. Essa marca é monitorada por dez estações meteorológicas posicionadas em pontos onde a formação de neblina é mais frequente. A Ecovias aponta que a situação é mais comum durante o outono e o inverno.

A meteorologista do site Climatempo Bianca Lobo explicou as causas do aumento da neblina neste ano. "Por conta da influência do fenômeno La Nina (diminuição da temperatura devido à maior força dos ventos) houve crescimento do número de frentes frias no Sudeste do País. Essas massas de ar frio colaboram para a condição de neblina, principalmente em regiões serranas", afirmou.

As informações sobre a visibilidade são acompanhadas 24 horas pelo Centro de Controle de Operações da Ecovias. Assim que é detectada a queda de visibilidade, profissionais mobilizam as equipes de tráfego para que as viaturas da concessionária se posicionem nas praças de pedágio para o início da Operação Comboio.

 

ESTRUTURA

No centro de controle, pelo menos dois oficiais da Polícia Militar Rodoviária ficam alocados 24 horas por dia e recebem as mesmas informações que os funcionários da concessionária sobre as condições do Sistema Anchieta-Imigrantes.

Quando iniciada a Operação Comboio, o tráfego é suspenso nas praças de pedágio do km 31 da Anchieta e do km 32 da Imigrantes. A cada período de aproximadamente meia hora, grupos com cerca de 500 veículos são escoltados por viaturas da Polícia Militar Rodoviária e da Ecovias até um ponto onde a visibilidade esteja melhor.

Na Anchieta, é empregado efetivo mínimo de quatro viaturas da Ecovias e três da Polícia Militar Rodoviária. Na Imigrantes, o efetivo mínimo é de cinco viaturas da concessionária e seis viaturas da polícia.

Além das viaturas que realizam a escolta de cada comboio durante a operação, há outros carros posicionados em pontos estratégicos em situações de neblina intensa, como o acesso à interligação entre as duas rodovias. A Operação Comboio é interrompida apenas no momento em que a visibilidade no topo de serra é estabilizada.

 

Nevoeiro é uma das causas do maior acidente da história

 

 

O ano de 2011 foi marcado pelo maior acidente da história das rodovias do Estado. No dia 16 de setembro aconteceu megaengavetamento na altura do km 41 da rodovia Imigrantes envolvendo 270 veículos. Uma pessoa morreu e 29 ficaram feridas. A principal causa do desastre foi o excesso de neblina, que prejudicou a visão dos motoristas. No momento da batida, a visibilidade era inferior a 20 metros.

De acordo com a Ecovias, concessionária responsável pelo trecho, em setembro deste ano foram realizadas 130 comboios no Sistema Anchieta Imigrantes, sendo o mês que mais registrou esse tipo de trabalho nos últimos dez anos. Mesmo assim, o pior não foi evitado.

Segundo informações da Polícia Militar, o efeito cascata teria começado depois que um ônibus de turismo bateu na traseira de um caminhão.

A situação se agravou depois que caminhão-tanque colidiu com mais dois caminhões - um deles carregava bebidas - e dois carros de passeio. Os cinco veículos foram tomados pelo fogo.

Após o grave acidente, a Agência Reguladora de Transportes do Estado resolveu ampliar as medidas de segurança no Sistema Anchieta-Imigrantes. No início de dezembro, o limite de velocidade passou de 120 km/h para 100 km/h, do km 39 até o km 43 da Imigrantes. A intenção da estatal é realizar mais mudanças até o fim de fevereiro.




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