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São Bernardo tem até 4ª série municipalizada
Daniel Trielli
Do Diário do Grande ABC
26/08/2008 | 07:06
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Um dos grandes trunfos da Educação de São Bernardo é a municipalização da rede pública de 1ª a 4ª séries. O processo começou em 1998 e, apesar de alguns tropeços, tem se mostrado positivo.

A secretária de Educação e Cultura, Iara Aparecida Gobbet, diz que o maior lucro em se trazer a administração escolar para o município é a proximidade com a comunidade atendida. "Uma das vantagens é que o munícipe está mais perto do Poder Público. E ele estando mais perto, fica mais fácil a cobrança", explica Iara.

"Com o Estado já é mais complicado. É muito difícil um grupo de pais se sentar à mesa e discutir escola com a secretaria estadual. Aqui não, é tudo discutido. Existe uma participação forte da comunidade", lembra. "O munícipe pode sentar com o secretário ou com o próprio prefeito e discutir a questão. Tudo isso contribui para o trabalho que temos feito desde 1998. O principal é ter a gestão mais próxima. Quando acontece isso, a qualidade é melhor."

Uniformes - No entanto, a administração municipal da Educação não foi completamente tranqüila. Problemas como o atraso e o erro na distribuição de uniformes em algumas unidades prejudicam alunos e irritam os pais.

É o caso da Emeb (Escola Municipal de Ensino Básico) Cândido Portinari, que, conforme o Diário tem publicado, ainda não recebeu os kits certos para as crianças. Da primeira vez, haviam sido entregues roupas grandes demais, que serviriam em adolescentes. Depois da reclamação, a empresa fornecedora não entregou os uniformes corretos para todos os alunos.

Para Iara, isso é culpa do formato de aquisição de uniformes. "Até dois anos atrás, a gente repassava o recurso para as próprias escolas para comprar o uniforme, elas faziam todo o procedimento, apresentavam as empresas e a própria APM (Associação de Pais e Mestres) escolhia a empresa que apresentava a melhor proposta."

No entanto, o Tribunal de Contas do Estado proibiu a prática "por achar que era um volume muito grande", segundo a secretária. "Então, a partir do ano passado, passamos a comprar o uniforme", explica Iara. A empresa Mercosul venceu a licitação de R$ 11 milhões. Mesmo com contrato assinado e períodos de entrega definidos, "por uma série de motivos, ela (a empresa) não cumpriu os prazos".

"Não é culpa da Prefeitura, é culpa da empresa", sustenta Iara. "Se alguém não tivesse ido lá no tribunal e reclamado, talvez não tivéssemos esse problema. A gente fica na mão da empresa. Se a gente pudesse passar, como fazia, o recurso para a APM, não teria erro", garante.

A secretária conta que agora está se tomando as metidas cabíveis. "O que pode a Prefeitura fazer? Legalmente, puni-la de acordo com as cláusulas contratuais. Agora, isso não significa que vai me resolver o problema. Não adianta punir se a criança ainda fica sem uniforme", diz Iara.

1- Sete escolas municipais de São Bernardo tiveram nota do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) acima de 6, segundo os resultados divulgados em junho deste ano pelo Ministério de Educação. A nota geral da cidade, referente a 2007, foi 5,1. Isso representa um aumento de 0,2 pontos acima do registrado em 2005 (4,9) e bate a meta projetada para o ano.

2- São Bernardo também consegue investir em projetos diferenciados. A cidade conta com 73 bibliotecas escolares interativas, com livros, jornais, revistas, fitas de vídeo e CDs e computadores com internet. Além disso, há 68 laboratórios de tecnologia da informação espalhados pelas escolas do município, com computadores com impressoras e scanners.

3- Além do investimento em tecnologia, a Educação de São Bernardo também tem um foco de investimento em cultura, jogos, brincadeira e até culinária. A rede municipal conta com 19 salas de arte, cinco salas de brinquedo para o Ensino Infantil e uma cozinha educacional, inaugurada em agosto de 2007 na Emeb Anísio Teixeira, na Vila Flórida.




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