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Trote na USCS vira projeto para auxiliar animais abandonados

Veteranos promovem ação com calouros com intuito de encontrar lares para 140 cães e gatos, além de arrecadar alimentos às instituições parceiras

Por Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
28/02/2021 | 07:00
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DGABC


Nada de rostos pintados ou calouros pedindo dinheiro no farol. Como a pandemia da Covid-19 impede ações tradicionais com encontro de pessoas, o trote para estudantes que iniciam a vida acadêmica na USCS (Universidade Municipal de São Caetano), neste ano, é diferente e com valor social para lá de importante.

Veteranos e calouros estão juntos em ação que tem como meta principal encontrar lares para 140 animais de quatro instituições: Adote um Resgatado e Barthô Grupo de Proteção Animal (ambas de São Caetano), Projeto Casa dos Bichos (Osasco) e Amor em Patas (São Paulo).

Batizada Trote USCS 2021 ‘Adote um Bixo’, a ideia partiu de Rubens Foina Neto, 26 anos, presidente do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da USCS. Um dia, voltando de uma viagem, ele teve um estalo ao ver um filhote de gato abandonado em um balde em posto de gasolina. Ele recolheu o felino, postou fotos do animal nas redes sociais e antes mesmo de chegar em casa já havia conseguido um lar para o bicho.

“Pensei que poderia fazer mais. Já que arrumei um lar para aquele, poderia conseguir para outros”, conta Foina, estudante de economia, também formado em direito pela USCS. “Sabia que não teria trote e a ideia surgiu”, acrescentou.

A partir de conversa com a USCS e apoio da universidade, a ideia ganhou vida e os calouros começaram a se inscrever no trote. “Teve muito apoio, muita gente querendo ajudar”, diz Foina. No total, participam 280 pessoas que estão ingressando na USCS, além de 198 veteranos.

O trabalho acontece de forma virtual. As pessoas se dividiram em equipes e tiveram de criar uma conta no Instagram para cada animal. É possível encontrá-las usando a hashtag #troteuscs2021, e também no Facebook (@novauscsoficial). Em seguida, a meta foi conseguir seguidores para cada conta e, por fim, um lar para os animais.
Há cachorros e gatos de diversos tamanhos e idades. De acordo com Foina, 20 animais já ganharam casa. Ele explica que alguns deles são especiais, com alguma deficiência. “Esses são os mais difíceis de serem adotados, mas já conseguimos casa para dois. No total são oito assim”, diz.

Para Luís Carlos Geraldo Alberto, 35, responsável pela Barthô – Grupo de Proteção Animal, esse tipo de ação é de extrema importância. Entre os animas que estão para adoção está grupo de 82 bichos que foram resgatados recentemente em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo. Os animais tiveram período de tratamento e cuidados e, agora, estão prontos para terem novas casas. Os animais, segundo Alberto, viviam situação deplorável e estavam no sítio de mulher acumuladora. A ação, que ocorreu em agosto, contou com a presença das polícias Civil e Militar, veterinários e instituições parceiras.

“Nesse período, a energia e engajamento de todos os alunos participantes têm ajudado a alcançar muitas pessoas interessadas, e o resultado está se refletindo nas adoções concretizadas”, explica.

Segundo Foina, quando alguém se interessa por algum dos animais, há uma entrevista com a instituição responsável para que o animal possa seguir com segurança para a nova família. “Há um processo consciente”, diz. A ação da USCS, para quem se interessar, segue ainda por mais três semanas.

Além da tarefa de dar família, casa e amor aos animais, os envolvidos precisaram arrecadar rações para serem doadas às instituições participantes. “Cada calouro tinha de conseguir cinco pessoas de fora da USCS e pedir 1 quilo de ração para cada uma delas”, explica Foina. A missão alcançou uma tonelada e meia. “Todos participaram, até os veteranos trouxeram”, comemora.

Foina explica que participar de uma ação como essa aquece o coração. Ele diz que o sentimento é partilhado por todos que estão envolvidos. “O que vejo nos alunos, também, é a esperança para encontrar um lar para os animais. Gostaria que, a partir dessa ação, esse tipo de trote seguisse adiante, mesmo em tempos normais (pós-pandemia)”, encerra.




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