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Trump rejeita debate virtual e Biden aumenta vantagem em Estados-chave
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09/10/2020 | 07:00
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Com Donald Trump infectado por covid-19, a Comissão de Debates Presidenciais informou ontem que o segundo encontro, marcado para o dia 15, seria feito virtualmente. O presidente chamou a ideia de "ridícula" e se recusou a participar. Enquanto as duas campanhas discutem regras e datas, o democrata Joe Biden vem ampliando a liderança em Estados-chave.

"Eu não vou perder meu tempo em um debate virtual. Você senta atrás de um computador e faz um debate. Isso é ridículo", disse Trump em entrevista à Fox Business. Na mesma conversa, ele atacou seu secretário de Justiça, Bill Barr, e de Estado, Mike Pompeo, exigindo o indiciamento de seus rivais Barack Obama e Joe Biden. Trump ainda chamou Kamala Harris, vice na chapa democrata, de "monstro" e "comunista".

Após as declarações, Biden informou que também não participaria do debate e faria um encontro com eleitores na Filadélfia no dia previsto. A decisão, no entanto, não é definitiva. Na noite de ontem, o médico da Casa Branca, Sean Conley, divulgou um boletim no qual atesta que Trump poderá retomar as atividades públicas no sábado.

"Sábado será o décimo dia desde o diagnóstico. Com base na trajetória, antecipo a segurança do presidente de retornar aos compromissos públicos", escreveu Conley. A questão é saber se a campanha democrata aceitará o parecer do médico de Trump, que vem sendo criticado por traçar um quadro mais ameno da saúde do presidente.

Ontem, os democratas sugeriram que o segundo debate fosse adiado para o dia 22, data antes prevista para o último encontro. A campanha de Trump concordou, desde que houvesse um novo evento no dia 29, algo que os democratas não aceitam. "Donald Trump não faz o calendário dos debates", disse uma das coordenadoras da campanha democrata, Kate Bedingfield.

Em entrevista à CNN, o advogado Frank Fahrenkopf, copresidente da Comissão de Debates Presidenciais, falou que o que está em jogo não é apenas a segurança dos candidatos, mas da equipe que monta a estrutura do debate e dos eleitores que participariam do evento.

Segundo a Casa Branca, Trump começou a apresentar sintomas da covid em 1º de outubro. O presidente disse que não é mais um agente de transmissão e planeja retomar os comícios presenciais, mas ninguém sabe quando foi a última vez que ele teve um teste negativo.

O Centro de Controle de Doenças (CDC) orienta que os infectados fiquem em isolamento durante dez dias a partir da aparição dos primeiros sintomas. Nos casos de pacientes que precisaram de internação e suplemento de oxigênio - como Trump -, o período pode aumentar para 20 dias. O debate marcado para o dia 15, portanto, estaria no meio dos dois prazos.

O evento virtual joga luz no fato de a eleição ter sido afetada pela pandemia, assunto do qual Trump tenta desviar. A maioria desaprova a resposta dada pelo governo à crise. Do outro lado, os democratas tentam fazer a eleição um referendo sobre como Trump lidou com o coronavírus, que matou mais de 210 mil nos Estados Unidos.

Ontem, Biden continuou a expandir sua vantagem sobre Trump em Estados-chave, segundo pesquisas. De acordo com o site Five Thirty Eight, que faz uma estimativa com base em várias sondagens, o democrata lidera na Flórida (4,2 pontos porcentuais), Michigan (7,8), Minnesota (8,9), Pensilvânia (7) e Wisconsin (7). Biden está à frente até em Estados vencidos com facilidade por Trump em 2016, como Arizona (4,3), Iowa (1) e Geórgia (1,1).

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.




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