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Agora é a hora para começar a poupar
Daniel Trielli
Do Diário do Grande ABC
02/06/2008 | 07:12
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Em tempos de crescimento econômico, crédito fácil e consumo em expansão, especialistas recomendam ser previdente e acumular uma reserva financeira para não ser pego desprevenido por uma mudança de conjuntura.

Para o professor de economia do Imes Francisco Funcia, o momento é ideal para começar ou fortalecer uma conta poupança.

"Nesse momento em que a economia está crescendo é a hora de fazer a acumulação maior para a hora em que a situação estiver retraída, O crescimento econômico diminui a necessidade de uma reserva por um lado, mas é o momento certo para reforçar essa proteção."

Essa reserva é importante também para dar conta de eventuais emergências, frisa o acadêmico.

"No futuro isso pode ir para gastos sazonais ou imprevistos, mas também pode ser um complemento de aposentadoria."

Funcia ressalta que, em termos de valores, "não existe uma regra exata". Porém, ele considera prudente poupar o suficiente para cobrir os gastos mensais a médio prazo. "A reserva deve dar condições de três meses de gastos. Esse é um tempo suficiente para se reorganizar e se adaptar."

Para o professor Sandro Maskio, da Universidade Metodista de São Paulo, a reserva deve garantir uma renda a longo prazo: "Uma reserva de dinheiro confortável para um indivíduo é a suficiente para que ele possa viver um ano", afirma.

Os acadêmicos concordam que o período que as reservas devem cobrir é influenciado pelo ritmo de expansão da economia, e que o atual cenário é favorável.

"Esse tempo vai variar de acordo com o crescimento da economia. No momento, as oportunidades de emprego - e até de investimento em micro e pequenas empresas - são grandes", afirma Funcia.

Planejamento - O professor recomenda cautela para os novos poupadores: é preciso calcular a disponibilidade de cada um. "O primeiro pré-requisito para a pessoa fazer a reserva é um orçamento familiar. E aqueles que podem poupar têm de fazer de um modo progressivo, começando com pouco e ir aumentando aos poucos."

Funcia adverte para o risco de poupar mais do que o possível. "A pessoa pode estar fazendo uma falsa reserva. Se você está guardando dinheiro, mas paga juros de cheque especial ou faz empréstimos ruins, essa reserva é ilusória e no curto prazo será consumida pelo seu orçamento desequilibrado."

Para o professor da Metodista, é importante guardar uma parcela do orçamento doméstico sistematicamente. E uma alternativa é fazer uma poupança programada. "É uma boa opção porque não depende da escolha do indivíduo. Automaticamente a parte do salário pré-definida é descontada da conta corrente todo mês."

Ambos professores lembram que muitos não têm reservas para poupar porque o orçamento é consumido com as compras de primeira necessidade.

"É preciso dois grandes atributos para fazer a poupança: renda e disciplina", explica Maskio. "A falta de renda, infelizmente, atinge a grande maioria dos brasileiros. Mas a disciplina é uma escolha do indivíduo. É escolher entre ter o benefício hoje ou amanhã."




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