D+ Titulo Games
Há quem diga que são só joguinhos...
Dérek Bittencourt
Diário do Grande ABC
21/10/2018 | 07:00
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São Paulo recebeu entre os dias 10 e 14 de outubro a BGS (Brasil Game Show), 11ª edição daquela que se transformou na maior feira do segmento na América Latina. O Expo Center Norte foi palco de um encontro entre fãs e aficionados por videogame (público de 330 mil pessoas – recorde das edições), com direito ao que há de mais avançado em tecnologia e tudo que gira em torno deste universo, incluindo desde aqueles que fizeram parte da criação, streamers e youtubers, até aqueles que hoje são referência como jogadores profissionais de eSports (os esportes eletrônicos), entre eles o mauaense Marcelo ‘coldzera’ David, 23 anos, player da MiBR e eleito duas vezes (2016 e 2017) melhor do mundo no CS:GO (Counter-Strike Global Offensive). “Muita gente fala que são só jogos, mas quando mexe com muitas pessoas e com a vida de muita gente – porque quando vamos disputar um campeonato vemos as pessoas emocionadas, tremendo para tirar uma foto conosco –, quando chega a esse ponto não é só um jogo”, disse o jogador, muito assediado nos cinco dias de feira com participações em diversos compromissos, como encontro para foto e autógrafo com fãs, divulgação de marcas, entrevistas e outros.

Chegou, inclusive, a participar de um showmatch (jogo demonstrativo) junto de seus colegas de time contra uma equipe brasileira. A feira, aliás, proporcionou todos os dias competições dos mais variados games de eSports, reunindo os principais nomes do cenário. “É muito bacana fazer parte disso daqui. Pegamos desde o começo e praticamente fomos um dos pioneiros no Brasil, a gente trouxe o esporte eletrônico de fora para o País, então ver as grandes marcas entrando é muito legal, emocionante. A tecnologia vem crescendo muito, a internet vem ganhando o espaço da televisão e, para a gente que está neste mundo, é maravilhoso”, completou.
Caminhar pelos mais de 98 mil metros quadrados compostos por 320 estandes (70 a mais do que 2017) era como entrar literalmente em jogos, mangás ou seriados. Não era difícil cruzar com um visitante vestido como um zumbi, como o Homem de Ferro ou mesmo o icônico encanador da Nintendo, Mario. Aliás, o cosplay (termo em inglês relacionado ao ato de se fantasiar de um personagem) faz parte e dá ainda mais graça ao evento, tendo inclusive competição para o melhor.

Foram 40 horas de imersão numa realidade completamente envolvida por telas, fones de ouvido, teclados, mouses – e filas, muitas filas, seja para experimentar as novidades dos games, jogar alguns clássicos ou até mesmo participar de minitorneios com direito a brindes e equipamentos. Houve quem esperasse por até quatro horas para poder ser um dos primeiros a testar jogos que sequer foram lançados no Brasil, como Forza Horizon 4, Battlefield V, Resident Evil 2, Sekiro: Shadows Die Twice, Call of Duty Black Ops 4, Kingdom Hearts 3, Magic The Gathering e muitos outros. Afinal, um dos propósitos da BGS é justamente dar essa oportunidade.

E um dado interessante: enquanto na primeira edição da Brasil Game Show a proporção era de uma mulher a cada dez homens, neste ano a presença feminina subiu para quatro a cada dez. “A grandiosidade deste evento mostra que não são só joguinhos e que tem muita coisa incluída. Os eSports conseguiram incluir todas as profissões. É o nosso mundo com suas vertentes que agrega um mundo”, disse a jogadora de CS:GO Amanda ‘AMD’ Abreu. “Temos aqui a maior premiação feminina no País (na disputa da Brasil Game Cup), marco na história, mostra que o cenário está crescendo, oportunidades estão surgindo e temos muito ainda a mostrar.”

Outra grande porta que a feira abre é conceder às grandes marcas de equipamentos eletrônicos do mercado a chance de o consumidor final experimentar mouses, fones, teclados, monitores, computadores e todos os demais componentes, além de poder comprá-los imediatamente. Não foram poucas as pessoas que deixaram os pavilhões com sacolas recheadas. “O mundo do esporte eletrônico oferece muita oportunidade”, diz Kenia Toledo, CEO da marca Fallen e mãe de Gabriel ‘Fallen’ Toledo, principal jogador de CS:GO do País. “Estamos no mercado para ser a mais completa loja do mundo do esporte eletrônico e aqui você tem de encontrar todas as marcas”, projeta ela, que aproveita para mandar um recado às mães de jovens que querem seguir carreira ou veem os jogos como hobby.

“Você tem de estar perto do filho, independentemente do que ele queira fazer. Toda e qualquer mãe vão falar que o filho tem de estudar, também acho, mas se ele quer fazer algo mais precisa ser incentivado, então fica perto, acompanha, entenda o que o filho quer do mundo do esporte eletrônico: entretenimento, uma nova profissão? Fica perto e investe porque ele vai mostrar o caminho dele. É um mundo novo que se o filho quiser seguir vai ter chances, mas, como em qualquer profissão, terá que estudar.”

A BGS ainda deu espaço para desenvolvedores de games, lojas de vestimentas e outros itens voltados ao público geek – principalmente miniaturas, como bonequinhos. Todo este cenário, o qual o criador e CEO da feira, Marcelo Tavares, indicou como a edição que teve “os estandes mais grandiosos” e “maior número de marcas”, já faz o público esperar ansiosamente pela próxima. Que venha 2019. 




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