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BID: crescimento da América Latina não combateu a pobreza
Da AFP
19/03/2007 | 16:40
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O presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Luis Alberto Moreno, afirmou que o crescimento econômico da América Latina foi significativo nos últimos cinco anos, mas não o suficiente para combater a pobreza extrema que atinge 205 milhões de habitantes.

“O percentual de latino-americanos que vivem abaixo da linha de pobreza e na pobreza extrema é o mais baixo da história recente. No entanto, não temos conseguido superar a dramática desigualdade na região”, afirmou Moreno.

“Precisamos aceitar que as conquistas, por mais importantes que são, não bastaram para estender os benefícios do crescimento econômico a todos os setores, regiões ou segmentos sociais”, reconheceu o presidente do BID. “Apesar de 13 milhões de latino-americanos terem escapado às garras da pobreza nos últimos anos, a expansão econômica não refletiu em melhorias na qualidade de vida de um grande número de habitantes. A desigualdade persiste e é inaceitável que 205 milhões de habitantes vivam abaixo da linha de pobreza”, insistiu.

Moreno considerou que as “grandes brechas externas e internas” na região, como a baixa produtividade que impede a concorrência com outras nações e a falta de capacidade para incorporar todos os setores na economia reduzem as conquistas alcançadas nos últimos cinco anos de forma contínua.

Diante disso, afirmou que a grande meta nos próximos anos é fazer com que os benefícios do crescimento sejam notados em cada lugar da região e, para isso, a igualdade de oportunidades deve ser a grande meta. “Esta situação requer a multiplicação dos esforços de instituições para conseguir a incorporação de setores vulneráveis de nossa população como crianças, idosos e indígenas”, assinalou.

Para ele, a competitividade econômica deve ser sustentável, com melhoria nos sistemas de justiça para promover a igualdade de oportunidades para todos sem distinção de gênero, raça ou condição social. “Precisamos de ação conjunta”, reiterou.

Ele também afirmou que a consolidação da democracia, com os 12 processos eleitorais realizados ano passado, e as remessas familiares, que passaram de US$ 62 bilhões, foram fundamentais para o desenvolvimento da América Latina.

Moreno disse ainda que, para conseguir uma melhor condição social para a maioria da população latino-americana, também será preciso apostar na produção de biocombustíveis, com investimentos de cerca de US$ 200 bilhões nos próximos 14 anos.

Segundo o presidente do BID, para conseguir a igualdade na região há um longo caminho a percorrer e é preciso que o fórum multilateral promova novos métodos para conseguir atingir este grande objetivo.




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