A promotoria de Milão iniciou nesta segunda-feira os procedimentos de extradição para a Itália do ex-ativista de extrema-esquerda Cesare Battisti, detido domingo no Brasil. O ministro italiano da Justiça Clemente Mastella afirmou que deseja a entrega o mais rápido possível.

Os trâmites foram iniciados pelo adjunto do procurador-geral de Milão. Cesare Battisti, ex-dirigente do grupo PAC (Proletários Armados pelo Comunismo), era fugitivo desde agosto de 2004 e foi detido no domingo no Rio de Janeiro.

Segundo a polícia brasileira, Battisti foi preso em cumprimento a um pedido de extradição da Itália. O ministro italiano da Justiça, Clemente Mastella, expressou por sua parte, em declarações à imprensa, o desejo de que a extradição aconteça o mais "rapidamente possível".

Cesare Battisti foi condenado à revelia em 1993 por um tribunal de Milão à prisão perpétua por sua participação em quatro assassinatos entre 1978 e 1979. Ele sempre negou ter cometido os crimes.

A justiça francesa autorizou sua extradição em outubro de 2004, mas Battisti fugira em agosto. A maior parte da classe política italiana recebeu a notícia da prisão com grande satisfação.

No entanto, o líder do grupo PRC (Refundação Comunista) no Senado, Giovanni Russo Spena, se opôs à extradição ao afirmar ao jornal La Repubblica: "Nosso sistema não prevê a revisão do julgamento para aqueles que foram condenados, como ele, à revelia".