Desde que o ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore colocou o dedo na ferida com o documentário Uma Verdade Inconveniente, de 2006, em que relata as agressões causadas ao meio ambiente, o conceito de ecotendência foi popularizado.

Na moda, o boom das ecobags, sacolas ecologicamente corretas, veio depois que a estilista inglesa Anya Hindmarch, em 2007, colocou em sua coleção - que só tinha bolsas a módicos US$ 1.000 - uma peça feita de algodão cru com os dizeres I´m Not a Plastic Bag (Eu não sou uma sacola de plástico). O valor do acessório? Apenas US$ 15. O sucesso foi imediato.

No Brasil, os estilistas repetiram o feito. "A ecobag pode ter estilo, design e ainda um valor agregado. Não precisa ser uma sacola de feira, pode até ser, mas vai muito além e os designers pararam para pensar nisso", afirma a jornalista de moda Lilian Pacce, que está lançando o livro Ecobags - Moda e Meio Ambiente (Editora Senac, R$ 60, 264 páginas).

Na publicação, há diversas fotos de ecobags criadas por grifes e estilistas renomados como Alexandre Herchcovitch, Glória Coelho, Ricardo Almeida, Neon, Adriana Barra, Isabela Capeto, entre outros.

Lilian conta que há uma tendência na moda de materiais chamados ecofriendly (amigos do meio ambiente). "Há os tingimentos menos agressivos, uma preocupação de reaproveitamento dos tecidos, há um maior uso do algodão orgânico. Algumas empresas têxteis de couro e jeans, uma das mais poluentes, reaproveitam a água ou fazem tratamentos para devolvê-la limpa."

Para Lilian, a consciência verde apenas começou. "A onda verde é um tsunami. Quem não entrar vai ficar para trás. Será um novo jeito de conviver com o mundo."

Não à toa. O planeta consome 1 milhão de sacos plásticos por minuto. Tais materiais são de polietileno, derivado do petróleo que leva até 500 anos para se decompor. Portanto, ainda há muito o que se fazer para melhorar.