As punições para o treinador Jayme Netto pelo caso de doping de cinco atletas da Rede Atletismo por uso da substância EPO (eritropoeitina) podem extrapolar a esfera esportiva. O treinador, que confessou que ministrou as doses aos atletas Bruno Tenório, Jorge Célio Sena, Josiane Tito, Luciana França e Lucimara Silvestre, pode ser enquadrado em dois artigos do Código Penal.

Como a aplicação de EPO expõe a vida ou a saúde de outrem a perigo direto ou iminente, o técnico teria violado o artigo 132 do Código. A pena é detenção de três meses a um ano.

Jayme também pode responder pelo artigo 47, que prevê pena de detenção de até três meses ou multa, para aquele que exercer profissão sem preencher as condições a que por lei está subordinado o seu exercício.

Caso também seja comprovada a participação do fisiologista Pedro Balikian e do assistente-técnico Inaldo Sena, ambos também podem ser responsabilizados criminalmente. Por enquanto, as punições ficarão restritas à esfera esportiva.

SUSPENSÕES - Ontem, Josiane e Luciana abriram mão da contraprova do exame e assim estão suspensas por dois anos. Os outros atletas também tiveram a mesma atitude.

Para a Iaaf (Associação Internacional de Federações de Atletismo), os atletas que abrirem mão da contraprova assumem "integralmente as consequências e sanções previstas" pela entidade e não terão penas agravadas.