Desde 2010 licenciado do futebol profissional, o Palestra São Bernardo celebra hoje o 79º aniversário. Oriundo do rival EC São Bernardo, sustentado pela colônia italiana da cidade, inspirado no time sensação da época, o antigo Palestra Itália (atual Palmeiras), e único a sustentar o nome após a Segunda Guerra Mundial, hoje o clube parece não ter muitos motivos para comemorar a data. Mas, segundo o presidente José Fábio Cassettari Neto, há muito o que se exaltar, afinal, a agremiação vem se recuperando de problemas financeiros após parceria que não deu certo, mantém projetos em algumas modalidades e vislumbra completar 80 anos de fundação novamente nos estádios pelo Estado, apresentando seu mais tradicional esporte, que um dia quase alcançou a Primeira Divisão: o futebol. Nesta entrevisa ao Diário, o dirigente conta como está o Palestra, as adversidades do passado, a situação do presente e os planos para o futuro.

Apesar dos outros esportes, o Palestra sempre foi conhecido pelo futebol. Como estão os planos para reativar a modalidade?

O futebol foi o motivo pelo Palestra ter sido fundado. Durante muito tempo, a gente viu ser feito de forma mais passional do que racional. O meu sonho é tocar o departamento de futebol com as próprias pernas. E essa realidade está cada vez mais perto, depois de sanar vários problemas que encontramos durante estes anos. Conseguimos dar o start com o projeto dos times sub-11 e sub-13, com prospecto de competição para 2015. Não vou fazer loucura. Tudo está sendo planejado.

Hoje, quais são os projetos ativos no Palestra?

Neste tempo todo a gente organizou a casa, estancou o sangramento e agora tem condições de vislumbrar uma coisa maior. Primeiramente, voltamos com handebol, tênis de mesa e rúgbi, com aulas grátis, e as escolinhas de futebol e futsal, e os times sub-11 e sub-13.

Lembrando do passado vitorioso, com que anseio vê o futuro?

De forma esperançosa. Não vamos aspirar qualquer coisa ou ser mais um. Não vou entrar num campeonato apenas para falar que estou disputando e ter campanha pífia. Quando a gente voltar, e a gente vai voltar, será para colocar o Palestra onde merece estar, lá em cima.

Em 2000, o Palestra virou um clube-escola, mas o projeto terminou. O que aconteceu?

Era um projeto bem legal, de vincular as partes esportiva e educacional, como nos Estados Unidos. Começou bem, mas depois de um tempo o projeto escolar caiu na mão de pessoas que não estavam tão interessadas ou não tinham condições técnicas de tocá-lo, e o colégio encerrou em 2011, no meio do ano letivo, deixando série de pendências, o que nos forçou a nos licenciar de competições para colocar ordem na casa. Era uma situação que a gente não podia pensar em assumir outros compromissos sem a certeza de que não pudesse cumprir.

A intenção é transformar o local onde funcionava o colégio em algo voltado à comunidade?

Sim. Essa parte de salas de aulas, algumas se transformaram em áreas administrativas exclusivas de cada modalidade, e estamos trazendo cursos educacionais e culturais. Um projeto de balé gratuito está para sair ainda neste segundo semestre para meninas da comunidade e da cidade. Então, vamos adaptando esse espaço principalmente voltado para a área social e para crianças e adolescentes. Estamos abertos (a propostas). Temos espaço legal para as pessoas conhecerem e, se conseguirmos atender e ser parceiros, só temos a agradecer.

Como o clube sobrevive sem associados e patrocínio?

Temos parcerias e convênios com empresas e atletas que ajudam os projetos.

Em 2015, o Palestra comemorará 80 anos. Completar este aniversário com o futebol em atividade é sonho de que tamanho?

Um sonho que está sendo trabalhado, que está nos planos. Isso não quer dizer que ‘sim’ ou que ‘não’, mas que tem gente aqui dentro lutando para isso e que é uma realidade possível. Vamos dar tempo ao tempo para que se concretize.

Algum recado à torcida?

Vocês (torcedores) não estão abandonados. Tudo está sendo trabalhado diariamente com muito suor, sendo feito com responsabilidade, pés no chão e já é uma realidade. O Palestra está ativo e daqui para frente é só crescer cada vez mais, recuperar o espaço na cidade.