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Ala das baianas dá título à Raposa em Diadema
Por Giba Bergamim Jr e Roberta Nomura
Do Diário do Grande ABC
08/02/2005 | 16:50
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A ala das baianas desempatou o Carnaval de Diadema e deu o título para a Raposa do Campanário. A escola recebeu 98 pontos, assim como a Unidos da Vila Alice. Ambas tiraram nota 10 na bateria, mestre-sala e porta-bandeira, samba-enredo e melodia e comissão de frente. Só então, a Raposa levou a melhor no quesito ala das baianas, com 10, meio ponto a mais que a adversária. No ginásio Mané Garrincha, a escola era só emoção com o primeiro título desde sua criação, em 1979. Em terceiro lugar ficou a Estopim da Fiel, uma das escolas mais animadas da noite de sábado.

A Raposa entrou na avenida no segundo dia de desfile. Seu favoritismo já era explícito entre os espectadores. Gladiadores com escudos, lanças e muitas plumas formaram a comissão de frente que abriu passagem para a entrada da escola, cujo tema era Deuses gregos no dia-a-dia da minha comunidade. O carro abre-alas, composto por dois enormes cavalos brancos sob as rédeas de dois destaques caracterizados de cavaleiros gregos, no estilo protagonizado no premiado filme Ben Hur, realçaram o desfile e fizeram da Raposa uma das mais ovacionadas.

Com cerca de 20 minutos de desfile o refrão do samba-enredo já estava na boca do povo: “Gira, gira baiana, deixa o samba te levar, hoje é carnaval, meu amor, e o cupido pode te flechar”. Os integrantes da bateria se destacaram não só pela batida, mas também pela roupa chamativa, com chapéus enormes.

A votação foi apertada. A Raposa e a Unidos da Vila Alice estavam equilibradas. Ambas apresentaram entusiasmo e colorido. Assim como a multidão recebeu de braços abertos a Raposa, aplaudiu de pé os animados componentes da Unidos da Vila Alice.

Com seus Peter Pans e Sininhos, bruxinhas e piratas, a Unidos de Vila Alice mostrou que a criançada também tem bastante samba no pé. A escola arrancou aplausos da platéia contando um pouco das histórias que habitam o imaginário infantil, como Branca de Neve, Bela Adormecida e os contos de Monteiro Lobato, como Sítio do Pica-Pau Amarelo. Para isso, levou à avenida alas com crianças de 3 a 11 anos.

O terceiro lugar ficou com a Estopim da Fiel, que tinha como principal atração um boneco negro gingante que mexia as mãos ao passar pela Ulysses Guimarães. No primeiro dia de desfile, a Estopim era a promessa para chegar ao primeiro lugar.

A grande decepção do ano foi a Unidos do Serraria, cotada para o bicampeonato este ano. Já passava da 1h45 de segunda-feira quando o mestre de cerimônia do desfile anunciou a entrada da próxima escola: “Uniiiiidooosss do Serraaaria”. O barulho da platéia de 10 mil pessoas ecoou pela avenida, comprovando que a escola tem, além de tradição, torcida.

Contando a história do folclore brasileiro, a agremiação usou e abusou das plumas e penas nas cores da escola – preto e amarelo. A comissão de frente, formada por foliões travestidos de pássaros, mostrou uma coreografia harmoniosa. Uma cobra gigante levantava a cabeça sob o comando de um dos 400 componentes da agremiação no carro abre-alas. Na alegoria, oito destaques seminuas. A madrinha da escola, Juliana, grávida de sete meses, resumiu a empolgação do Serraria. Ela não parou de sambar um minuto. Uma ala de capoeiristas desempenhava acrobacias típicas da dança, seguindo um terceiro carro que representava o bumba-meu-boi.

No ano que vem, Diadema deixa de ter desfile de grupo único. As últimas colocadas, a Tradição Centro Sul, que perdeu 116,5 pontos, e a Fantasia e Realidade, que sofreu a penalidade de 24 pontos, serão as pleiteantes em 2006. A Unidos da Santa Cruz, que ficou em 7º e a Unidos da Vila, em 6º, farão parte do grupo de acesso.

No Grupo Especial, desfilarão as cinco melhores colocadas: Unidos da Serraria, Unidos da Vila Nogueira, Estopim da Fiel, Unidos da Vila Alice e Raposa do Campanário.



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