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Setor automotivo espera por vendas 8% maiores em 2006
Por Frederico Rebello Nehme
Do Diário do Grande ABC
16/08/2005 | 07:54
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Mercado aquecido, com vendas em alta e de 6 a 8% maiores do que as de 2005. Essa é a previsão bastante otimista do presidente do Sindipeças (Sindicato Nacional dos Fabricantes de Autopeças), Paulo Butori. Ele minimizou a crise política que está minando o governo Luiz Inácio Lula da Silva e os juros altos e aposta na boa performance do setor, que neste ano estima crescer entre 4% e 5% sobre 2004.

Butori acredita que o mercado consumidor nacional contará com uma série de "estímulos" a partir do segundo semestre deste ano, com o início de uma redução da taxa básica de juros (Selic). A realização das eleições majoritárias e da Copa do Mundo em 2006 também devem influenciar as vendas no Brasil.

"Os resultados históricos mostram que os governos gastam mais em eleições e os consumidores ficam mais desinibidos para consumir. Além disso, esperamos que a taxa básica de juros em outubro do ano que vem esteja entre 14% e 15%", afirmou Butori, durante seminário da SAE (Sociedade de Engenheiros da Mobilidade).

A crise política, na avaliação do presidente do Sindipeças, não deve surtir efeitos sobre o mercado nacional, mesmo com um possível agravamento do processo em 2006. "O brasileiro já está acostumado ao processo democrático, e até agora a crise política não influenciou o seu consumo. Não acredito que no ano que vem a situação será diferente."

Em 2005, a venda de veículos para o mercado interno em 2005 deve chegar a 1,64 milhão de unidades, valor 3,8% superior ao resultado de 2004, de 1,58 milhões de unidades, segundo previsão da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

A produção total de veículos no Brasil deve atingir a marca de 2,4 milhões de unidades em 2005, também segundo projeção da Anfavea, um crescimento de 200 mil unidades em relação a 2004.

O presidente do Sindipeças defende a ampliação da base de consumidores, especialmente famílias com renda de R$ 3 mil mensais. "Uma grande parte da população brasileira ainda não foi trabalhada pela indústria automotiva. Precisamos e temos condições de avançar muito nesse mercado", afirmou.

A popularização das vendas também é uma preocupação do presidente da Anfavea, Rogelio Golfarb. "Precisamos reforçar o mercado interno brasileiro cada vez mais, aumentando o consumo de veículos para dar mais estabilidade para indústria", afirmou.

Negociações – Além dos fatores macroeconômicos e de estímulo ao consumo, o presidente do Sindipeças destaca duas negociações em andamento, em conjunto com a Anfavea e o governo federal, sobre a redução dos impostos cobrados na compra de veículos e sobre a regulamentação da inspeção veicular.

Butori acredita em uma definição sobre as negociações "ainda no governo Lula". "Com a inspeção veicular, poderemos manter a frota de veículos brasileira mais nova. Sobre os impostos incidentes sobre os veículos, queremos transferir sua cobrança do ato da compra para o próprio consumo do veículo, estendendo o prazo de quitação para até quatro anos", afirmou.

O presidente da Anfavea, Rogelio Golfarb, entretanto, ressalta que a crise política já afeta as negociações do setor com o governo federal. "É claro que fica mais difícil negociar com a crise, mas o governo vê com bastante interesse essas propostas e a atividade do setor automotivo", afirmou.




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