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Exportação alavancará cosméticos
Por Hugo Cilo
Do Diário do Grande ABC
19/12/2004 | 15:18
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O Pólo de Cosméticos de Diadema vai exportar cinco vezes mais no ano que vem na comparação com 2004. Os contratos assinados até agora somam volume recorde de US$ 2,5 milhões, enquanto as vendas para o exterior neste ano não devem passam de US$ 500 mil. Segundo o diretor da Valmari e vice-presidente da organização empresarial, Silvestre de Resende, a explosão de novos contratos é resultado de incursões de empresários brasileiros em mercados alternativos, mediante divulgação maciça e participação em eventos internacionais. Os principais destinos dos produtos made in Diadema são países do Oriente Médio, Leste Europeu e Ásia.

O volume total de vendas ao exterior, embora tenha peso em números absolutos, representa pequena fatia da produção das empresas do Pólo. Os US$ 2,5 milhões refletem apenas 5% do faturamento do aglomerado empresarial – que deve passar de R$ 132 milhões em 2004 para R$ 158 milhões (US$ 57 milhões) no ano que vem, caso a projeção de crescimento de 20% se concretize. A evolução, no entanto, é evidente. As exportações em 2004 não representaram mais que 1% de toda a produção das 100 empresas do Pólo de Cosméticos.

O boom de crescimento das exportações do Pólo vai ter desdobramentos nos investimentos, resultando na abertura de novos postos de trabalho, prevê Resende. Embora as empresas não informem valores dos investimentos programados para 2005 e a estimativa de expansão dos atuais 8 mil empregos, há temor de que um colapso das linhas de produção, que trabalham a plena capacidade, coloque em risco o cumprimentos dos contratos assinados. "As empresas do Pólo de Cosméticos já trabalham com 100% da capacidade ocupada. Algumas atuam em três turnos, investem mais a cada mês no crescimento da força produtiva e programam contratações", afirma Resende.

Confiança – Os empresários, no entanto, mostram disposição de manter as prospeções de mercados e fechar contratos de exportação. Caso da Betula Cosméticos, que a partir de janeiro, começará a vender para fora do Brasil. Pela primeira vez, a marca da empresa vai estar nas prateleiras de lojas em Portugal e no Chile.

O diretor da Betula, Paulo Valfré, estima crescimento de 30% nos próximos 12 meses, e já comemora a maré alta do setor. "As perspectivas não poderiam ser melhores. O comércio exterior em 2005 promete. Se a demanda crescer, expandiremos a produção sem problemas", diz o empresário, que contratou nos últimos dois meses 30 empregados. Atualmente, a Betula possui 130 funcionários.

Prova do poder de fogo do setor no exterior e do otimismo dos empresários é a estratégia adotada pela Valmari. A empresa fincou base no velho continente: abriu um escritório com showroom na capital portuguesa, Lisboa. A unidade servirá para impulsionar negociações européias e vai atuar em parceria com o escritório situado em Sindelfingen, na Alemanha, também instalado neste ano. O próximo destino da empresa no exterior será a Ilha da Madeira, território pertencente a Portugal. Uma loja nos mesmos moldes de Lisboa deverá ficar pronta até julho, segundo previsão do diretor Silvestre de Resende.

Um dos maiores exportadores do Pólo de Cosméticos, a Davene também faz planos para 2005. A empresa, com sede em Diadema, prevê crescimento de 10% a 15% nas vendas em janeiro, principalmente pelo aumento da demanda provocado pelas festas natalinas, além da assinatura de novos contratos de exportação. O reaquecimento das economias do Mercosul (Mercado Comum do Cone Sul) deve elevar o faturamento com o comércio exterior.

A Pierre Alexander, outra gigante do Pólo, que segue firme na terceira posição na lista das maiores empresas do segmento no país – atrás somente de Natura e Avon –, alcançou, neste ano, faturamento de R$ 110 milhões, com 60 mil revendedores diretos da marca.

A diretora da empresa, Juracy Monteiro, faz projeções otimistas para os próximos 12 meses. Ela acredita que o exército de revendedoras espalhadas pelo Brasil e o crescimento das vendas para os países da América do Sul farão de 2005 ano ainda melhor do que 2004.




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