De acordo com Mantega, os Brics vão buscar um entrosamento maior porque vão registrar expansão maior do que as que serão registradas pelas economias desenvolvidas nos próximos anos. "Embora alguns Brics, que estavam crescendo com taxas muito elevadas, terão que se contentar com taxas um pouco menores, como a China e a Índia", apontou.
No caso do Brasil, o ministro ressaltou que o nível de atividade está em aceleração e voltando a níveis mais favoráveis. "O Brasil teve uma desaceleração da sua economia no primeiro semestre deste ano. Estamos acelerando o crescimento no segundo semestre e voltando aos patamares de crescimento acima de 4%", afirmou.
Mantega apontou que, por causa da redução do ritmo de atividade dos países desenvolvidos e do comércio mundial, os Brics precisarão "estimular o mercado interno", a fim de depender menos da Europa e dos EUA. "Temos que estabelecer sinergia no nível financeiro. E estamos avançando um programa de pool financeiro entre nós, no sentido de criarmos um fundo que poderá colocar recursos nos países que necessitarem", destacou.
"Estamos falando de um mecanismo que os asiáticos chamam acordo de Chiang Mai; é um acordo financeiro, no qual os países grandes da região colocam recursos virtuais. Eles só serão usados se houver necessidade e será uma espécie de retaguarda financeira para os países", disse Mantega.
"Estamos avançando na constituição desse mecanismo. Todos os países estão de acordo e estamos olhando os detalhes. E o melhor momento é agora, pois os Brics não estão precisando dessa sustentação. É bom lembrar que os Brics têm as maiores reservas internacionais."
De acordo com o ministro, não há uma data prevista para a entrada em vigor desse fundo, que poderá ganhar o formato de um tratado e precisará ser aprovado pelos Congressos dos países membros do Brics. "E nas próximas reuniões estaremos avançando sobre o tema", disse.
"Estamos avançando também com o banco de desenvolvimento chamado Sul-Sul. Esse seria o banco dos Brics. Uma comissão está trabalhando com isso. Esse banco será importante para financiar investimentos, como infraestrutura entre os países", continuou. Segundo Mantega, os países combinaram fazer mais uma reunião no México em novembro.
Por causa da tensão geopolítica entre China e Japão, provocada por uma disputa territorial relacionada a ilhas nas vizinhanças dos dois países, muitas autoridades de Pequim não viajaram para Tóquio a fim de participar da reunião do FMI. "A China estava representada. Havia um vice-presidente do Banco do Povo da China que tinha autoridade para representar. A discussão avançou bastante", relatou Mantega.
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