Itamar Schulle chegou ao Santo André há dez dias e pôs ordem na casa. Com um empate e uma vitória, tirou o time da zona de rebaixamento no Brasileiro da Série C e devolveu a dirigentes, comissão técnica e atletas a expectativa pela briga por uma vaga na segunda fase do torneio - está a três pontos do G-4.

"Estamos em momento de recuperação muito bom, o que nos deixa muito contente. Vemos no semblante dos atletas a alegria e vontade de trabalhar. Esperamos continuar assim, com nosso projeto de viver jogo a jogo para alcançar os objetivos, que hoje já são maiores do que quando chegamos", destacou o treinador, que assumiu o time na zona da degola à Série D. "Estamos superando as dificuldades uma a uma e temos mais uma decisão sexta-feira", previu, citando o jogo contra o Oeste, em Itápolis.

Schulle chegou desconhecido da torcida. A diretoria, porém, negou que a contratação seria aposta, afinal o treinador já conhecia a divisão - rescindira no dia anterior com a Chapecoense. Em dois dias, mostrou ter característica diferente do antecessor Claudemir Peixoto, paralisando mais as jogadas durante os treinos e fazendo jus à alcunha de professor, ensinando o que queria do time dentro das quatro linhas.

"Não posso falar do passado. Só depois de quando cheguei. Estou feliz com a luta e entrega dos atletas durante a semana, porque o reflexo disso é no jogo", destacou

O esquema tático andreense foi mantido. As peças e a motivação, porém, são outras. Com Peixoto, o time parecia acomodado mas, de dois jogos para cá, com Schulle, a postura é outra. Tyrone Power, César, Mineiro e Juninho ganharam espaço, enquanto Bady teve mais liberdade. Assim, a equipe parece ter se encontrado. "Tem jogador que pode crescer mais, tem potencial para isso. Se melhorar individualmente, agrega à equipe e melhora em um todo", concluiu.