Ameaçado de processo judicial pelo prefeito de Diadema e candidato à reeleição, Mário Reali (PT), o prefeiturável do PV na cidade, Lauro Michels, sustentou as acusações que fez no fim de semana sobre a campanha petista no município ser financiada com dinheiro do Mensalão. "É do Mensalão mesmo."

Michels disse que "não estava inventando nada" sobre as ilações feitas. "É o que está na imprensa, falando que o Mensalão financiava campanhas eleitorais", disse o verde, que garantiu que responderá todas as interpelações do grupo governista. "Vou justificar tudo que pedirem. Mas só repercuto o que aparece nos jornais e televisão."

No fim de semana, durante carreata em Diadema, Michels criticou o volume de material de campanha da coligação que apoia Reali, sugerindo que os recursos para compra de faixas e banners vinham do Mensalão. "É dinheiro que poderia ir para investimento em Saúde, Educação e lazer."

Além de garantir que entrará na Justiça contra as afirmações de Michels, Reali relembrou o caso do chamado Mensalão Mineiro, que consistia em apoio financeiro de autarquias públicas para a campanha de reeleição do ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo (PSDB). O esquema envolvia empresas de publicidade de Marcos Valério, que também centralizaram as operações do Mensalão do governo Lula, segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República. As irregularidades detectadas na campanha de Azeredo estão no STF (Supremo Tribunal Federal), mas não há prazo para o julgamento.

CAMPANHA

Ontem, Michels não realizou atividade externa. Ficou concentrado em reuniões com a coordenação de campanha, que define as estratégias para os últimos 40 dias de corrida eleitoral.

Hoje, ele deve gravar o programa político que será veiculado no rádio. "Vou me apresentar primeiramente e depois mostrar minhas propostas", afirmou o verde, que, a princípio, disse que tentará se esquivar de polêmicas no horário eleitoral gratuito.