Economia Titulo Trabalho
Emprego na indústria tem
maior queda desde 2009

Com variação negativa de 1,8% frente ao mesmo mês de
2011, vagas na indústria estão encolhendo há nove meses

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
11/08/2012 | 07:05
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O nível de emprego da indústria brasileira atingiu, em junho, a maior queda desde dezembro de 2009, segundo pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgada ontem. Com variação negativa de 1,8% frente ao mesmo mês de 2011, as vagas no setor industrial estão encolhendo há nove meses seguidos.

 

As fabricantes paulistas contribuem decisivamente para essa retração, com redução de 3,5% nos postos de trabalho. O economista do IBGE Fernando Abritta observa que, pelo peso grande (40%) no contingente de empregos industriais do País, tradicionalmente, o movimento das contratações em São Paulo influencia o índice nacional.

Dentro do Estado, setores que têm forte presença no Grande ABC ajudaram a puxar para baixo o nível de emprego. É o caso de produtos de metal (-14,7%) e meios de transporte (que inclui montadoras e autopeças), com variação negativa de 4,2%.

O fechamento de vagas reflete o que ocorre na atividade industrial. Os dados de outro levantamento do IBGE mostram que as empresas também vêm diminuindo o ritmo de produção - caiu 5,5% em junho, no País, na comparação com igual mês de 2011.

Diversos fatores colaboram para o desempenho mais fraco das fabricantes, que as levam a reduzir postos de trabalho, entre os quais, a invasão de produtos importados, cita o delegado da regional do Corecon (Conselho Regional de Economia), Leonel Tinoco. "Isso leva a investimentos pequenos, por falta da perspectiva de crescimento maior", afirma.

Ele acrescenta que, apesar de incentivos do governo ao consumo, a reação do consumidor tem sido lenta. E as perspectivas são de que o País crescerá 2%, ou menos, neste ano, não há ânimo das empresas em investir.

Pesquisa realizada por Tinoco para o setor químico de uso industrial também atesta que o cenário não deve melhorar muito no segundo semestre. No acumulado de janeiro a julho, as vendas desse segmento (que abastecem outras indústrias com insumos) têm queda de 9%.

 

HORAS PAGAS

Outro indicador que também não sinaliza bons ventos para as contratações é o número de horas pagas aos trabalhadores no setor industrial, que também registra queda. A variação negativa em junho (2,6%) na comparação com igual mês de 2011 é a décima consecutiva. A queda seguida nas horas pagas tende a anteceder demissões.

 

 




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