Setecidades Titulo Segurança pública
Prisões por tráfico
caem 19,8% na região

Polícias alegam que estratégia agora é atuar
com inteligência sobre grandes fornecedores

Rafael Ribeiro
Do Diário do Grande ABC
10/03/2014 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


As polícias Civil e Militar do Grande ABC encerraram 2013 com média de três prisões diárias nas sete cidades por tráfico de drogas. Apesar do índice considerado alto, os registros de detenções de traficantes na região caíram 19,8% na comparação direta com 2012, segundo as estatísticas criminais da SSP (Secretaria da Segurança Pública).

A diminuição na média regional é maior que a registrada na Capital, que na comparação entre os dois anos viu a prisão de traficantes cair 5%. Estado e Grande São Paulo aumentaram os registros desse tipo de ocorrência em 5,9% e 5,7%, respectivamente, no mesmo período.

Apenas duas cidades da região apresentaram crescimento nas ocorrências de tráfico. Ribeirão Pires teve significativos 73,7% de aumento e Rio Grande da Serra, 33,3% (veja os números ao lado).

As estatísticas da Pasta embasam dados divulgados na última semana pela ONU (Organização das Nações Unidas), que apontaram crescimento no consumo de cocaína no Brasil. Presume-se que cerca de 1,72% da população entre 12 e 65 anos seja usuária da droga no País. A média mundial é de 0,4%, e de 1,3% na América do Sul.

A ONU aponta ainda que as apreensões de maconha no País, por exemplo, caíram de 174 toneladas em 2005 para apenas 11,2 toneladas em 2012.

INVESTIGAÇÃO

Para Ângelo Ísola, delegado seccional de Santo André, que responde também por Mauá, Ribeirão e Rio Grande da Serra, o foco está concentrado nos grandes comerciantes de drogas. Por isso, apesar do número de ocorrências ser menor, a quantidade apreendida é maior.

“Estamos intensificando as apurações, o serviço de inteligência. O plano, desde o último ano, é identificar o foco, as rotas, não direcionar o policiamento para os pequenos revendedores.”

O serviço da Polícia Civil rendeu bons frutos, como na Dise (Delegacia de Investigação sobre Entorpecentes) de São Bernardo, por exemplo, onde graças ao trabalho de apuração da rota do tráfico, foram presos diversos chefes do PCC (Primeiro Comando da Capital), facção que atua no Estado, o que influenciou na queda do número de ocorrências.

Comandante da PM (Polícia Militar) no Grande ABC, o coronel Mauro Cezar dos Santos Ricciarelli destacou a atuação conjunta entre as forças policiais e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) no levantamento de locais de revenda. “O objetivo, além de rastrear os grandes traficantes, é saber o caminho da droga até o destino final. As apreensões foram grandes.”

Especialista em Segurança Pública, José Vicente da Silva diz que as polícias precisam manter o sufocamento. “O combate às drogas não é só nos traficantes. Isso é preocupante. Não se pode dar folga e precisa ter um controle constante dos pontos de vendas para se combater também o varejo.” 




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