Márcio Bernardes Titulo
Vivendo e aprendendo

Foi experiência pouco gratificante. Jogo de futebol sem público é como ir ao restaurante e não comer nada

Especial para o Diário
01/03/2013 | 00:00
Compartilhar notícia


Foi experiência pouco gratificante. Jogo de futebol sem público é como ir ao restaurante e não comer nada. Pacaembu vazio, com apenas quatro torcedores que puderam entrar graças a liminar judicial, vitória incontestável do Corinthians e sensação estranha.

Claro que o Corinthians teria de ser punido. Assim manda o regulamento, assinado por todos os clubes que disputam a Libertadores. Mas o remédio aplicado pela Conmebol foi forte demais e poderia até matar o doente.

Os acontecimentos de Oruro serviram de pretexto para a entidade mudar seu péssimo conceito de leniência. Sobrou para o Corinthians, devido à gravidade da morte de jovem que estava no campo para se divertir e nunca para morrer.

Muitos jogos da Libertadores, desde sempre e até a quarta-feira da semana passada, mostravam comportamentos de torcedores nada compatíveis com disputa esportiva.

Quantas vezes jogadores deixaram o campo para os vestiários escoltados por escudos de policiais? Quantas vezes atletas iam cobrar escanteios e eram agredidos por objetos jogados pela torcida?

Também em Oruro, a polícia local não foi responsabilizada por permitir que torcedores entrassem em campo portando sinalizadores e outros objetos proibidos. O tribunal da Conmebol, até agora, não puniu o San José.

A noite de quarta-feira, no Pacaembu, precisa servir de exemplo para clubes, torcedores, cartolas e autoridades. Praça esportiva é para se praticar e assistir a esporte. Nada mais do que isso.

VILA FERVENDO

As cornetas tocam há algumas semanas em Santos. Conselheiros, dirigentes e torcedores não escondem a insatisfação com Muricy Ramalho. Impacientes, dizem que o técnico não consegue dar padrão de jogo para a equipe e se mostra inconstante com os jovens que são mantidos no time titular.

Muricy tem suas preferências com alguns jogadores veteranos e, assim, as revelações como Giva não têm sido prestigiadas. Além disso, Neto e Renê Junior, que quando puderam jogar mostraram que devem ser mantidos como titulares, perderam seus postos para os antigos donos das posições.

Preferência de técnico pode ser criticada, mas deve ser respeitada. Cada um escolhe aquilo que acha ser o melhor. E todos deveriam ter mais paciência, pois o time ainda não engrenou. Afinal, estamos na fase final da pré-temporada.

Isso também é pouco relevante, porque pedir paciência para a torcida é chover no molhado. E as falhas do treinador, como ser humano, nesta hora, acabam ressaltadas.

Se o Santos perder o clássico de domingo contra o Corinthians, que vai jogar com time misto, dificilmente a diretoria vai suportar a pressão. E pode se concretizar injustiça. Mais uma dentro deste polêmico futebol.

Márcio Bernardes é âncora da rede Transamérica de Rádio e professor universitário www.marciobernardes.com.Br




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;