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Pancadaria marca último dia de campanha no Chile
Por Do Diário do Grande ABC
14/01/2000 | 11:40
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Quinta-feira, partidários dos candidatos à presidência do Chile entraram em confronto e nove pessoas ficaram feridas. Além disso, nove pessoas foram presas, no último dia de campanha oficial.

Oa chilenos vao às urnas no próximo domingo eleger entre um correligionário de Salvador Allende e um ex-colaborador de Augusto Pinochet, depois de mais de um ano de recessao econômica.

Os 8,08 milhoes de eleitores chilenos devem definir, pela primeira vez em um segundo turno, o sucessor do presidente Eduardo Frei, e a opçao fica entre o socialista Ricardo Lagos, da governista Concertación, e o direitista Joaquín Lavín, ex-assessor do regime do general Augusto Pinochet (1973-1990), detido em Londres há 15 meses.

O ``caso Pinochet', que permaneceu quase ignorado na agenda eleitoral, passou para um primeríssimo plano nos últimos dias, apesar dos analistas acharem que o mesmo nao vai influenciar na preferência dos eleitores. ``Eles preferem esconder Pinochet', afirmou Frei há dez dias, ao aludir à estratégia do comando de Lavín, que optou por ignorar a situaçao do ex-ditador.

Lagos advertiu que o idoso general deve ser julgado no Chile, onde é alvo de 55 processos criminais por fatos ocorridos durante seu regime.

Lavín considerou ``muito positiva' a intençao britânica, mas anunciou que nao irá ao aeroporto para recebê-lo, já que depois das eleiçoes sairá de férias.

No primeiro turno, em 12 de dezembro, Lagos venceu Lavín por 31.142 votos, obtendo 47,96% dos votos, contra 47,52% de seu adversário. Lagos era o favorito do primeiro turno, apesar do notável crescimento de Lavín nas pesquisas.

Depois dos resultados, o candidato oficialista disse ter entendido o recado do povo e, com seu slogan ``Chile, muito melhor', se esforçaria por unir todos os chilenos. Lavín, por sua vez, afirmou que manteria sua ``mensagem de mudança' e que sairia em busca do voto de quase um milhao de chilenos que nao se decidiram por nenhum dos candidatos. Em repetidas oportunidades, o economista de 46 anos reiterou suas críticas à Concertación, denunciando que ``nao havia feito nada em 10 anos'. Em seu último comício de 7 de dezembro, enfatizou estar convencido de sua capacidade para mudar a vida dos chilenos ``Somos nós que podemos fazer uma mudança de verdade'.

Lagos criticou a demagogia de Lavín para captar a adesao dos chilenos. ``Nao sao os que nos calaram com a ditadura que vao nos ensinar as tarefas que temos pela frente'. Em suas viagens pelo Chile, o candidato opositor nao hesitou em apresentar-se como um homem do povo, enquanto a recessao estava em seu apogeu, o que fez seu nome ganhar ponto nas pesquisas.

Apenas no final de outubro passado, o governo do presidente Frei recuperou a calma ao provar o fim da recessao depois de uma queda consecutiva de 11 meses dos índices econômicos, terminando o ano com um desemprego de 10% (590 mil pessoas) e uma inflaçao de 2,3%.




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