A longa novela em torno da construção do Auditório do Ibirapuera, em São Paulo, teve um final feliz, não somente para os paulistanos, mas para todos que apreciam atividades culturais. O espaço, que foi inaugurado oficialmente quinta-feira, será aberto ao público neste sábado, às 20h30, com o espetáculo Saudades do Brasil. Produzida pelo pianista Marcelo Bratke, a apresentação conta com as participações do percussionista Naná Vasconcelos e dos jovens músicos do Morro da Conceição, em Recife. Os ingressos custam R$ 30.

Neste domingo, às 11h, o show será promovido gratuitamente, durante a inauguração do Parque do Auditório. Projetado para apresentações ao ar livre, o espaço poderá receber até 15 mil pessoas, graças à abertura de uma porta de guilhotina de 20 metros, localizada nos fundos do palco interior. A capacidade interna do auditório, orçado em R$ 29 milhões, verba doada pela empresa Tim Celular à Prefeitura, é de 800 pessoas.

A programação de outubro inclui ainda outras atrações de altíssimo nível. No próximo fim de semana (dias 14, 15 e 16), a banda Ouro Negro lança o CD Choros e Alegria, com participação especial do maestro, saxofonista e compositor pernambucano Moacir Santos, radicado nos Estados Unidos há 38 anos. Entre os dias 21 e 23, sempre a partir das 21h30, o espaço abriga o Tim Festival Edição Especial, com shows da sambista carioca Dona Ivone Lara, do saxofonista Wayne Shorter e do trompetista Enrico Fava, entre outros artistas.

Com 4.870 m² de área construída, o auditório foi concebido pelo arquiteto Oscar Niemeyer, em seu projeto original para o Parque do Ibirapuera, há 50 anos. O local abriga três grandes obras de arte: a escultura Labareda, de Oscar Niemeyer, orna a entrada principal; no hall principal, escultura da artista plástica Tomie Ohtake; e, no hall central da Escola do Auditório, há um painel artístico de Luis Antônio Vallandro Keating, com 16 metros de comprimento e 2,5 metros de largura, intitulado Ensaio de Orquestra.

Obras – O auditório começou a ser construído em 23 de fevereiro de 2003, na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy, com o lançamento da pedra fundamental. Antes de ser entregue, em dezembro de 2004, a obra foi considerada ilegal pelo Ministério Público, que se pautou por uma resolução do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo), responsável pelo processo de tombamento do Ibirapuera, em 1992. Um dos tópicos da resolução do órgão proibia novas edificações no parque.