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Mulher de Flávio Maluf não consegue entrar na PF
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18/09/2005 | 08:12
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Jaquelline de Lourdes Maluf, mulher de Flávio Maluf, esteve na PF (Polícia Federal) na manhã deste sábado, mas foi negada a entrada e se retirou. “Eu respeito a Justiça”, disse. “O Flávio está abatido, ele tem problema gástrico. Mas ele está confiante que isso dará uma nova vida à família”.

Jaquelline aproveitou para defender seu marido, dizendo que ele é uma pessoa trabalhadora e que há vários funcionários que dependem dele. “Ele podia viver só de renda, mas ele trabalha”, disse.

Sobre a negativa da Justiça de habeas corpus para Flávio Maluf, destacou que a família está chateada, “mas o Senhor é nosso pastor e nada nos faltará”, afirmou.

O médico e deputado estadual Antônio Salim Curiati também foi visitar Paulo e Flávio Maluf na Polícia Federal, mas também não pôde entrar. “Tenho certeza que eles estão bem, só acho que não tem problema uma pessoa fazer uma visita para um grande empresário que já foi governador. Vim apenas fazer uma visita cordial”.

Defesa – O ex-prefeito tentará em Brasília o que não conseguiu em São Paulo – sua defesa prepara habeas-corpus perante o Superior Tribunal de Justiça pedindo revogação da ordem que o mandou para a Custódia da Polícia Federal, há pouco mais de uma semana. Não será missão fácil, os advogados do ex-prefeito têm consciência disso. Eles passam os dias reunidos num escritório do centro velho da cidade, discutindo argumentos e fundamentos, reunindo também dados acerca de decisões tomadas pelos tribunais superiores em casos similares.

Acusados pela Procuradoria da República de crime contra o sistema financeiro (evasão de divisas), corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, Maluf e seu filho mais velho, Flávio, teriam sido os principais beneficiários da conta Chanani, que movimentou US$ 161 milhões no Safra Bank de Nova York.

Para tentar revogar a decisão de Silvia Rocha, juíza da 2ª Vara Federal que mandou aprisionar os Maluf, a defesa bateu à porta do TRF (Tribunal Regional Federal) em São Paulo – sem êxito, porque o juiz Luciano Godoy manteve a ordem da colega e rejeitou liminar em habeas-corpus ao avaliar que “os fatos demonstram, em princípio, a personalidade (dos réus) voltada para a prática delitiva”.

A maior dúvida da defesa reside no fato de que o Supremo Tribunal Federal, mais alta Corte do país, editou súmula decretando ilegalidade de liminar sobre outra liminar, porque atropela julgamento de mérito da questão. É o caso do ex-prefeito – a decisão do juiz do TRF foi dada sobre um pedido de liminar dos advogados. O mérito deverá ser apreciado depois de manifestação do Ministério Público Federal. “É questão técnica, complexa”, diz o criminalista José Roberto Batochio.

O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), seção São Paulo, Luiz Flávio Borges D’Urso, criticou o uso de algemas em Flávio Maluf e a quebra do sigilo telefônico que fundamentou a prisão preventiva dos Maluf. “Trata-se de uma prisão injusta , sem base jurídica numa análise criteriosa da lei.”




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