Dois dias após assumir temporariamente a vaga da vereadora Heleni de Paiva (PDT) na Câmara de Santo André, o petista Antonio Padre afastou toda a equipe de assessores da pedetista.

A atitude de Padre, que fica no mandato até o dia 13 de novembro, criou constrangimento na Casa. Até mesmo assessores de outros gabinetes não concordaram com o petista.

Na quarta-feira, a equipe de Heleni retirou documentos pessoais da vereadora e deixou apenas a estrutura do gabinete à disposição de Padre.

“Nunca aconteceu isso na Câmara. A Heleni está chocada”, afirmou Silvio Bussi, chefe de gabinete da vereadora, que está licenciada do Legislativo para acompanhar o nascimento da neta, no Chile.

Na opinião de Bussi, Heleni é vítima de retaliação. “Isso se deve ao fato de ela ter saído do PT e, principalmente, apoiar o (deputado Vanderlei) Siraque (pré-candidato à Prefeitura em 2008) na prévia”, ressaltando que o grupo de Padre está com a vice-prefeita, Ivete Garcia.

Segundo Bussi, Padre foi “indelicado” ao afastar os assessores de Heleni. “Poderia bater o pé e não aceitar sair do gabinete, mas fiz o acordo para não piorar a situação.”

Ele garante que Padre não determinou que objetos e documentos de Heleni fossem retirados do gabinete. “Mas não deixaria a papelada com pessoas alheias ao mandato.”

Defesa - “Exigir o meu direito é retaliação?”, questionou Padre. “Fiz apenas um pedido para poder exercer o meu mandato neste período. Não quero encrenca, até porque não vou nomear nem exonerar ninguém. Somente não posso dividir o espaço com o pessoal de outro partido.”

Presidente da Câmara, José Montoro Filho, o Montorinho (PT), defendeu Padre. “Foi uma ação combinada com o gabinete. O Padre precisa de pessoas da confiança dele no gabinete.”Leandro Laranjeira