Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e Alemanha farão uma nova proposta ao Irã para evitar um confronto sobre seu programa nuclear, informou nesta quinta-feira o jornal The New York Times, citando funcionários americanos e europeus.

A proposta permitirá ao Irã realizar atividades nucleares muito limitadas em seu território, mas transferir todos os processos de enriquecimento de urânio à Rússia.

Segundo o New York Times, a proposta foi discutida durante uma reunião em Washington na terça-feira, entre a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, e o diretor da Agência Internacional da Energia Atômica (AIEA), Mohamed El-Baradei, que aceitou transmiti-la ao Irã.

Rice, segundo as fontes, pediu que se dê ao Irã um prazo de duas semanas para sua resposta, que deverá chegar antes da próxima reunião do conselho da AIEA, em 24 de novembro.

O Irã resiste às pressões internacionais para que abandone seu programa de enriquecimento de urânio, insistindo que tem fins pacíficos e não está destinado à fabricação de bombas, como suspeitam os Estados Unidos. O New York Times explicou que a nova proposta permitirá ao Irã continuar convertendo urânio de forma gasosa, conhecido como UF6, mas exigirá que o envie à Rússia para seu enriquecimento, o processo que permite que seja usado em reatores nucleares.

A idéia é permitir que o Irã tenha participação financeira numa fábrica de enriquecimento da Rússia, que, por sua vez, se encarregaria de garantir que o urânio enviado de volta à República Islâmica não possa seja utilizado em armas atômicas.

Desta forma, se poderia desativar a crise sem que o Irã parecesse derrotado, já que a proposta implica que o país não desistiu de seu direito de enriquecer urânio, e sim simplesmente decidiu fazê-lo fora de seu território.