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PT venderá sede para cobrir rombo na campanha de Grana

Dívida da ordem de R$ 400 mil levou partido em Sto.André a tomar decisão, já aprovada em reunião

Por Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
17/12/2018 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


O PT de Santo André vai vender a sede de seu diretório, situada no mesmo imóvel desde o fim da década de 1990, para cobrir rombo financeiro decorrente da campanha municipal de 2016, que no plano majoritário foi encabeçada pelo então prefeito Carlos Grana na busca pela reeleição. A dívida contraída do pleito, segundo informações obtidas pelo Diário, é da ordem de R$ 400 mil, considerada internamente como insanável. Diante do cenário, em reunião datada do dia 5, a cúpula da sigla aprovou colocar o local à venda, em votação unânime.

Os débitos estão atrelados a prestações de serviços de empresas terceirizadas durante o páreo encampado pelo PT em 2016, como do ramo gráfico. Ao término do processo eleitoral – o primeiro sob a condição de financiamento público –, o passivo não quitado da empreitada petista até a data da apresentação de prestação de contas foi assumido pelo partido, responsabilizando-se pela quitação, até hoje pendente. No pleito, Grana alcançou o segundo turno, mas saiu derrotado para o atual prefeito Paulo Serra (PSDB). Na raia proporcional, a sigla assegurou cinco vagas na Câmara.

A sede do petismo andreense, tida como histórica e adquirida ainda no segundo governo de Celso Daniel (PT, morto em 2002), em meados de 1997, está fixada em imóvel na Rua Antônio Cardoso Franco, no bairro Casa Branca. No poder do Paço na esfera local e em período de ascensão, o partido comprou o imóvel com a contribuição de filiados, entre prefeito, secretários e vereadores, além da realização de jantares para arrecadação de fundos. A sigla tem na cidade uma suas principais bases políticas. Prova disso é que geriu o município em cinco oportunidades.

Deste passivo, há títulos protestados em cartório, em vias judiciais, que atingem o patamar de R$ 160 mil.

Presidente do PT municipal desde abril do ano passado, Zé Paulo Nogueira admitiu que o partido terminou a eleição de 2016 com dívida de “em torno de R$ 400 mil”. A direção, segundo ele, “chegou à conclusão de que um dos caminhos para encerrar esses débitos era vender a sede própria”. “Desta forma, podemos quitar essa dívida de campanha e iremos comprar outro espaço”, disse, ao acrescentar que o atual imóvel passará por processo de avaliação do valor venal. “Com recursos próprios, esse débito se torna impagável. Por isso, tomamos a decisão de vender esse patrimônio”, citou, reconhecendo que a longo prazo, sem solução do caso, corre-se o risco de o imóvel ir à penhora.

Questionado, Grana sustentou que “quem administra as contas é o diretório municipal, que possui autonomia e obrigação de se responsabilizar pela prestação de contas”. Frisou que o montante da dívida “é questionável”. Quanto à venda da sede, o ex-prefeito disse que a decisão cabe ao diretório. “Não faço parte da executiva.”

Dirigente do PT à época da campanha de dois anos atrás, o deputado estadual Luiz Turco não foi localizado para falar sobre a situação.
 




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