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Aparecida: do lado de lá
Miriam Gimenes
05/10/2017 | 07:00
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Claudinei Plaza/DGABC


 De mãos dadas e ao lado de Josiene Maira Gonçalves, 31 anos, os pais e o marido da metalúrgica a acompanharam enquanto ela subiu de joelhos, debaixo de sol forte, a Passarela da Fé, rumo à Basílica Velha. Josiene devia isso a Nossa Senhora Aparecida. “Minha mãe teve um câncer na perna ano passado. Fiz a promessa de que se a cirurgia desse certo subiria aqui”, contou. Ao fim dos 392 metros do trajeto, os quatro se abraçaram emocionados. “Isso não tem preço”, disse a moça, com a voz embargada.

A passarela em questão, inaugurada em dezembro de 1971, guarda inúmeras histórias parecidas com a da metalúrgica. Basta ficar dez minutos parado no local para ver devotos descendo ou subindo de joelhos. E, ao chegar na praça da antiga basílica, onde, por muito tempo, ficou a santa achada no rio, outro cenário se põe: uma praça repleta de fotógrafos e seus cavalinhos de mentira, um chamariz para as crianças.

Um dos profissionais é Jorge Fernandes, mineiro de Poço Fundo, que há 54 anos trabalha no local. “Fui chefe de romaria e tinha promessa de que a última pagaria do meu suor, traria somente os pobres para me acompanhar. Cumpri o voto, vim com a roupa do corpo e estou aqui até hoje.” Ele diz cobrar de acordo com o que a família pode pagar e que, em tempos de celular, o trabalho caiu um pouco. Quando chegou em Aparecida eram 60 fotógrafos só na praça e, agora, são apenas 16. Mas ele não tem do que reclamar, já que de lá tirou o sustento para criar seis filhos. Além disso, para ele, presenciar durante mais de cinco décadas exemplos de devoção não tem preço. “Tem gente que chega chorando, com o joelho sangrando, mas grato a Nossa Senhora pela graça concedida.”

Cidade terá parque temático com estátua de 50 metros
Uma estátua de Nossa Senhora Aparecida com 50 metros de altura está sendo construída a três quilômetros do Santuário Nacional. No local, será feito parque temático, o primeiro ponto turístico municipal, cuja previsão de término é dois anos.

O monumento em questão, que deve ser o marco inicial do espaço, é maior do que o Cristo Redentor, que tem 38 metros de altura. Criado pelo artista Gilmar Pinna, dono de outras cinco obras espalhadas pela cidade, ele deve ser entregue até o fim do ano. “A estátua é um presente do escultor para o município e já começou o transporte para lá. Serão necessárias 40 carretas para levá-la, por enquanto já foram seis”, diz o chefe de gabinete e diretor do departamento de comunicação da prefeitura de Aparecida, Ederson Francisco dos Santos.

O parque, que deverá ter 130 m², será gerenciado por meio de concessão, cujo edital ainda está em fase de elaboração. “O local deverá ter outras esculturas, de tamanho menor, de todas as Nossas Senhoras do mundo, além de escadaria com 300 degraus em comemoração ao tricentenário do encontro da imagem”, completa Santos. A ideia, segundo ele, é receber 1 milhão de visitantes por ano com ingresso ao custo de R$ 3.

Para chegar a Aparecida, de carro, pela Rodovia Governador Carvalho Pinto, demora-se pouco mais de duas horas. Os romeiros que vão a pé podem ir pela Rota da Luz (www.rotadaluzsp.com.br), com 201 quilômetros de percurso, que passa por Mogi das Cruzes, Guararema, Santa Branca, Paraibuna, Redenção da Serra, Taubaté, Pindamonhangaba, Roseira e Aparecida.




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