Cultura & Lazer Titulo
Leitura musical
Alessandro Soares
do Diário do Grande ABC
15/12/2006 | 20:58
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Poetas, escritores, atores, atrizes e músicos pedem passagem em São Caetano para mostrar um pouco da efervescência criativa contemporânea que brota em espaços alternativos. A segunda Noite Coyote no Espaço Cultural Cidadão do Mundo (r. Rio Grande do Sul, 73. Tel.: 4225-1349) começa este sábado, às 22h, e deve avançar na madrugada com leituras, lançamento de livros, performances musicais e uma jam session ao final, reunindo todos no palco.

Esses convidados freqüentam a Praça Roosevelt, em São Paulo, outrora abandonada e tomada por traficantes. Estes se foram com a ocupação por grupos teatrais a partir da chegada da trupe Os Satyros, que fez sua sede na praça em 2000, iniciando a recuperação urbana e social.

Um dos convidados é Anselmo “Bactéria” Santos, dono do Sebo do Bac, na Praça Roosevelt. Ele montará uma ‘banquinha’ com os livros em lançamento conjunto com o 14º número da revista literária Coyote, que batiza esse sarau alternativo.

Os livros têm edição independente. São eles Atire no Dramaturgo, coletânea de crônicas e reflexões do ator, diretor e escritor Mário Bortolotto, publicadas em seu blog; Brother Cactus – Contistas da Praça Roosevelt, 18 textos reunidos no selo Coleção Bactéria – sim, o livreiro também é editor; e Zona Branca, de Ademir Assunção, relançamento em segunda edição.

“Prefiro lançar meu livro em bar do que livraria. Ar solene não combina com a literatura que eu faço”, diz Bortolotto. Um exemplo, extraído de seu blog: “Eu não me acho um cara importante. Sou só um escritor que publica a maioria dos livros de maneira independente. Sou um ator de teatro. Um cara comum fazendo um trampo simples e bebendo com alguns bons amigos na madrugada. Nada mais do que isso. Então porque m... algumas pessoas encanam comigo? Ando meio puto com esse negócio de ‘fã’. Quem tem que ter ‘fãs’ é galã de TV. Eu não quero saber disso. Eu tenho ‘brothers’, pessoas que podem simpatizar com o meu trabalho e com quem eu posso conversar. O fã é esse sujeito doentio que diz que adora o seu trabalho e passa a mimetizar você”.

Assunção é o mentor desta e da primeira Noite Coyote, realizada em agosto no mesmo espaço, além de editor da revista e parceiro de Edvaldo Santana, um dos músicos convidados. Para tirar o ar solene de noite de leituras, Assunção convidou pessoas íntimas do palco para ter algo a mais, na interpretação ou na música.

Assim, assumem guitarra e violão Flávio Brum, da banda de blues Descambo, e Paulão de Carvalho, roqueiro da Velhas Virgens. A atriz e produtora Daniela Angelotti e a cantora Neuza Pinheiro são outras integrantes desta ação entre amigos, que terá Rodrigo Garcia Lopes, editor da Coyote, e Marcelo Montenegro, escritor de São Caetano.

“Todos são artistas e amigos. Predomina o informal, sem diferenças entre palco e mesa. Você toma cerveja com o cara, daqui a pouco ele está no palco”, afirma Montenegro. “Faremos um recorte da literatura contemporânea, e da ebulição criativa dos espaços alternativos. Isso, mais o tesão em mostrar nosso trabalho diretamente ao público”, diz Assunção.




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