O Esporte Clube Santo André perdeu ontem um dos personagens mais importantes da sua história. Fundador da equipe e salvador na pior crise financeira, em 1973, Wigand Rodrigues dos Santos estava internado e não resistiu. A causa da morte não foi revelada e o corpo será cremado hoje, em horário não divulgado, no cemitério da Vila Alpina, em São Paulo.

Pode-se dizer que o Santo André só existe por conta de Wigand. À época presidente da Liga Santoandreense de Futebol, ele movimentou a cidade em prol da criação de um time profissional e conseguiu fundar a equipe em setembro de 1967, presidindo a agremiação pela primeira vez de 1970 a 1971.

Wigand ainda teve outra passagem crucial, no fim de 1973. Com o clube afundado em dívidas, o então presidente José Antônio Amazona anunciou em assembleia que encerraria as atividades. Com bandeira em punho, Wigand levantou, não permitiu e disse que se não houvesse outro conselheiro disposto a assumir a presidência ele herdaria a responsabilidade.

Foi aceito e ele presidiu o clube em 1974, quando conseguiu convencer o empresário Acyr de Souza Lopes, dono da Metalúrgica São Justos, a assumir as dívidas. Na ocasião, para não ter problemas judiciais, o benfeitor optou por mudar o nome de Santo André Futebol Clube para Esporte Clube Santo André.

“Sempre coloquei o Wigand como a peça mais importante da história do Santo André. Ele idealizou o time e tomou as iniciativas do futebol com a estrutura poderosa da várzea que tinha nas mãos. Deu o primeiro alicerce para que tivesse vida”, comentou o atual presidente do Ramalhão, Jairo Livolis. “Ele fundou e teve participação fundamental quando as condições financeiras eram muito ruins.Em reunião do conselho não deixou que o presidente Amazonas encerrasse as atividades. É um personagens que merece todas homenagens”, finalizou.