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Miriam Freeland tem orgulho do passado suburbano
Por Márcio Maio
Da TV Press
31/08/2008 | 07:01
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Divulgação


Miriam Freeland nunca escondeu que prefere as novelas de época. Mas, contratada da Record, tratou de dar um jeito de transformar o convite para Os Mutantes em algo que a motivasse. Na pele da delegada Marta da trama de Tiago Santiago, aproveitou todo o universo fantasioso de mutantes e extraterrestres para aprofundar suas pesquisas.

Além de, é claro, buscar saber tudo o que pudesse sobre o comportamento feminino dentro de ambientes quase que exclusivamente masculinos. Como é o caso do Depecom, o Departamento de Proteção e Controle dos Mutantes do folhetim. "Substituí minha busca por referências históricas de outros trabalhos pela procura de informações científicas e policiais que me ajudassem a pegar o bonde, que já estava andando e com sucesso", explica.

Depois de cerca de 80 capítulos no ar, Miriam acredita que seguiu o caminho certo. Principalmente porque, às vésperas da morte de sua personagem na novela, nesta semana, conseguiu o que acha fundamental para o desenrolar da história: acreditar na mensagem que é passada no ar. "A história é uma fantasia e tem uma velocidade enorme. Se os atores não passarem credibilidade ao texto, a novela não vai convencer o público", analisa.

Ela assistiu à série Heroes, que também explora mutações genéticas em seres humanos na TV. E também a 24 Horas e The Closer, ambas com temática policial. "Procurei encontrar meios de interpretar uma delegada forte e competente, mas que mantém sua feminilidade. Não queria fazer estilo Joãozinho, com cabelo curtinho", valoriza.

Miriam precisou começar a gravar na mesma semana em que recebeu o chamado da emissora. E, por isso mesmo, poucas eram as informações que já estavam certas sobre a personagem. A atriz sugeriu ao diretor Alexandre Avancini e ao colega de cenas Petrônio Gontijo, intérprete do vilão Fredo, alguns pontos que não ficaram claros do histórico do núcleo do Depecom. "Achei que seria bacana criarmos um clima de passado entre a Marta e o Fredo, por exemplo. Até para justificar ainda mais a rivalidade dos dois", exemplifica. E, pelo que se pôde ver no ar, a sugestão foi aceita inclusive pelo autor.

Em sua terceira novela na Record, ela assume que em nenhum outro trabalho da emissora teve tanto retorno de público. Basta sair da Ilha da Gigóia, onde mora, na Barra, Zona Oeste do Rio, para ouvir dos fãs expressões como "cuidado com os mutantes" ou até mesmo "isso é que é delegada", cantada que alguns telespectadores arriscam.

"O bacana é que agora as pessoas não me enxergam mais só como a ‘atriz da Globo'. O público sabe que estou na Record e assiste mesmo à novela", conta Miriam, que estourou como a doce Candoca de O Cravo e a Rosa, a professora Beatriz, de Esperança, e a revolucionária Pagu, da minissérie Um Só Coração.

Aos 15 anos de carreira, Miriam lamenta ainda não ter feito na TV um tipo que planeja experimentar em breve: o de uma suburbana. A atriz, que cresceu no Méier, Zona Norte carioca, acredita que os constantes trabalhos de época de seu currículo construíram uma imagem de requinte e elegância que, segundo Miriam, não fazem parte de seu cotidiano. "Parece que eu sou sofisticada, mas é puro fingimento. É só para convencer no ar", brinca. "Tenho muito orgulho de ter crescido no subúrbio. As sutilezas que essas áreas têm são riquíssimas para a construção de personagens."




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