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Refinaria de Manguinhos ampliará capacidade
Do Diário do Grande ABC
15/01/2000 | 16:23
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A refinaria de Manguinhos está se preparando para triplicar sua capacidade, congelada em 10 mil barris de petróleo por dia durante os anos de monopólio da Petrobras. Para chegar a 32 mil barris/dia, a refinaria promoveu adaptaçoes ano passado, que elevaram a produçao a 12.500 barris/dia, mas o grande salto será a construçao de uma unidade nova, no valor de US$ 65 milhoes.

O projeto básico da unidade de refino está sendo feito pelo Instituto Francês de Petróleo, com entrega prevista para este mês. A obra será feita no sistema de EPC (Engeneering Procurement Construction), que atribui à empresa responsável o projeto executivo, materiais, construçao e montagem. Mais de 20 empresas de engenharia estao sendo ouvidas, e a direçao de Manguinhos vai elaborar uma short list, de quatro a seis empresas, e fazer a cotaçao. O financiamento para o projeto será buscado junto às próprias empresas de engenharia e órgaos de fomento, como o BNDES.

Além da ampliaçao da capacidade de refino, Manguinhos quer criar novos meios de escoamento da produçao, hoje totalmente feito por caminhoes, o que limita a capacidade de vendas. ``Nosso aquário é pequeno. Queremos chegar ao mar inteiro', disse o diretor-superintendente de Manguinhos, Artur Cassiano Bastos Filho.

E a saída encontrada foi mesmo pelo mar. Um duto vai ligar a refinaria à Baía de Guanabara para escoar a produçao por navios e também receber os produtos importados. A idéia da direçao de Manguinhos é criar um terminal de logística na baía para ampliar o horizonte de vendas. ``Nossos produtos poderao ser vendidos para Sao Luiz ou Porto Alegre', exemplificou o diretor-superintendente.

Escoamento - O terceiro componente do projeto de modernizaçao e ampliaçao da refinaria de Manguinhos será um desvio ferroviário que escoará a produçao por trens.

Os produtos seriam carregados na refinaria e os vagoes tomariam a linha da MRS, vizinha a Manguinhos. Segundo Artur Bastos Filho, a meta da empresa é ter tudo concluído até o final de 2001. ``Se tivermos como vender além do que produzimos, vamos utilizar nossa logística para isso.'

Manguinhos fatura R$ 500 milhoes/ano e processa 1% do refino nacional. A empresa compra 100% do óleo que refina no mercado mundial e 55% do refino gera gasolina. ``Compramos óleo de melhor qualidade que garante mais rendimento em produtos de maior valor agregado', afirmou Bastos Filho.

Além do refino, Manguinhos também atua na distribuiçao e revenda, através da marca Wal. A bandeira Wal abrange 70 postos, pouco mais de 20 próprios. A empresa pretende ampliar sua rede de postos, valendo-se também de contratos com outras redes que assegurem a colocaçao de seus produtos. O caminho natural para isso é trabalhar com a YPF/Repsol, dona de 50% da refinaria, que vem aumentando sua rede de postos em Sao Paulo.




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