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Uma hora de chuva, e o caos se repete

Temporal deixa Grande ABC debaixo d'água, para
trens e trólebus e trava trânsito nas principais vias

Do Diário do Grande ABC
18/01/2012 | 07:00
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Ruas alagadas, trânsito travado, pessoas ilhadas. A cena conhecida dos moradores do Grande ABC ocorreu ontem, véspera do aniversário de um ano da última grande enchente na região, em 18 de janeiro de 2011. Ou seja, pouco foi feito para mudar o quadro que se repete a cada verão. Atraso na limpeza dos piscinões e lixo nas ruas colaboraram para que os alagamentos tivessem maior impacto, na avaliação de especialistas.

A chuva de pouco mais de uma hora deixou cidades submersas. Em Santo André, onde choveu 69 milímetros, locais como o Centro e a Vila Luzita, que receberam obras de drenagem no ano passado, foram os primeiros a alagar. A Avenida 15 de Novembro encheu em frente ao Paço. Quatro carros ficaram ilhados. A pista expressa da Avenida Perimetral e trechos das avenidas Alvarez de Azevedo e Ramiro Coleoni também ficaram alagados. Foram registrados cinco quilômetros de lentidão.

Em São Bernardo, onde choveu 77 milímetros, a região central ficou embaixo d'água. Paço, avenidas Faria Lima e Rua Jurubatuba estavam intransitáveis, assim como a Avenida Maria Servidei Demarchi. A Rodovia Anchieta teve novamente a pista central fechada por conta do transbordamento do Ribeirão dos Couros, na altura do Km 14, por cerca de quatro horas.

Em São Caetano, pontos conhecidos voltaram a encher: Praça Mauá e avenidas Guido Aliberti e dos Estados estavam submersas. Trechos nos bairros Mauá, Jardim São Caetano e Vila São José foram interditados até o início da noite.

Em Mauá, o alagamento atingiu a Avenida Capitão João depois que o piscinão do Paço transbordou. Uma casa desabou na Vila Carlina, mas não houve feridos.

Diadema teve ao menos oito pontos de alagamento. Na Rua Serra do Acaraí, no bairro Serraria, houve um desabamento de muro sem vítimas.

Além dos motoristas presos no trânsito, a chuva deixou na mão quem depende de transporte público. Os trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos deixaram de circular por três horas entre as estações São Caetano e Mauá. Nove linhas de trólebus ficaram paradas no mesmo período.

Volume de água é 33% do esperado para o mês todo

O volume de chuva que atingiu São Bernardo e Santo André, ontem à tarde, representou aproximadamente 33% do esperado para o mês todo, segundo informações do Centro de Gerenciamento de Emergências de São Paulo. Mesmo assim, não foi necessário trabalho conjunto das defesas civis do Grande ABC.

"A chuva que aconteceu foi fora do comum, mas a maioria das ocorrências foi de alagamento e, nesses casos, não é necessária a mobilização regional. Quando são registrados apenas casos de inundação, sem vítimas, cada município atende suas próprias chamadas", afirmou João Batista Camargo, diretor adjunto da regional da Defesa Civil Metropolitana N2, que responde pelas sete cidades da região.

De acordo com Camargo, equipes de cidades próximas são obrigadas a dar apoio aos municípios que são atingidos por grandes catástrofes. "As últimas ações regionais importantes da Defesa Civil foram nos deslizamentos de terra em Mauá, no ano passado, no incêndio da indústria química Di-All, em Diadema, e a explosão da casa de fogos em Santo André, ambas situações em 2009. Nesses dois casos foi preciso mobilização de todas as equipes de Defesa Civil da região."

Camargo afirmou que os trabalhos de rescaldo das enchentes de ontem seriam iniciados imediatamente após a água baixar. "Se a área não permite ações, o trabalho é adiado para o primeiro horário de amanhã (hoje), iniciando as operações, no máximo, até as 7h", finalizou. (participaram desta cobertura os repórteres Angela Martins, Camila Galvez, Cadu Proieti, Lukas Kenji, Maíra Sanches, Natália Fernandjes e Rafael Ribeiro)




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