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Vias de Mauá formam grande vitrine
Por Andrea Catão
Do Diário do Grande ABC
26/09/2005 | 08:06
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Principais vias de acesso a Mauá, as avenidas João Ramalho e Capitão João formam um corredor de passagem obrigatória entre as cidades de Santo André e Ribeirão Pires e colocam o comércio local em situação privilegiada. Uma vitrine de alta visibilidade. Os estabelecimentos são diversificados, mas os que mais estão representados nas vias são os dos ramos automotivo e de construção civil.

A João Ramalho, que leva o nome do bandeirante tido como o desbravador das terras do Grande ABC, começa na divisa com Santo André, onde estão inúmeras indústrias de autopeças e bem próximo ao Pólo Petroquímico. Com o paisagismo e infra-estrutura totalmente reformulada, a Capitão João – o nome é em homenagem a um antigo proprietário de fazendas na cidade – é continuidade da primeira, a partir do Paço Municipal, e se estende até o limite com Ribeirão Pires.

A maior parte das lojas estão instaladas no trecho próximo à estação ferroviária. Porém, quando as obras de rebaixamento da avenida Capitão João tiveram início, no fim de 2003, os proprietários de estabelecimentos dizem ter perdido muitos clientes ocasionais. O trabalho, que incluía ainda a construção de um bulevar sobre a avenida para a passagem de pedestres, só foi finalizado no primeiro semestre deste ano. Durante o período em que as obras estavam sendo realizadas, muitos comerciantes do trecho reclamavam da queda nas vendas e imaginavam que mesmo após a conclusão do projeto arquitetônico não conseguiriam recuperar-se.

"Com a abertura do calçadão (bulevar) os pedestres voltaram a circular pela Capitão João. E ficou até melhor. Como foi criado um recuo entre a pista e a calçada, pudemos manter alguns produtos em exposição sem atrapalhar o estacionamento de veículos", diz o gerente da Marquinhos Motos, Marco Aurélio Calé. O estabelecimento vende todo tipo de acessórios para motocicletas, bem como realiza consertos dos veículos. "Passamos a ter mais clientes do que tínhamos antes das obras."

Sem recuperar parte da clientela, o proprietário da Charutaria e Casa de Pesca Capital, Francisco Enildo Moreira, diz que a tendência é de melhora. "Até o ano passado estávamos completamente esquecidos e o acesso de pedestres estava difícil, porque as obras chegavam até a porta do comércio. Mas estamos nos recuperando. Acho que até o fim deste ano voltaremos a ter o faturamento que tínhamos antes." Moreira explica que durante o período de obras conseguiu manter o comércio em funcionamento por trabalhar também no atacado e ter sistema de entrega domiciliar. Como é a única tabacaria da cidade, ele diz que vende muitos produtos a pequenos comerciantes do município.

Nem todos, porém, estão satisfeitos com a finalização das obras. Anteriormente, as pessoas que desciam da estação de trem e seguiam rumo aos bairros na parte alta da cidade percorriam todo o comércio local. Com a abertura do bulevar, os pedestres seguem direto rumo à igreja Matriz, deixando para trás uma série de estabelecimentos. "São poucas as pessoas que passam por aqui. Acredito que o ideal seria fechar a passarela, deixando livre apenas o bulevar. Com isso, aumentaria a circulação de pessoas", diz o vendedor Dinei Miguel Pinto, que trabalha na Kerigma Gospel, loja que trabalha com artigos religiosos para o público evangélico.

Ele esclarece que foi aberta uma filial do estabelecimento numa travessa da avenida Barão de Mauá logo depois que tiveram início as obras na Capitão João. "O movimento caiu cerca de 45%, o que não recuperamos ainda", completa.

Privilegiado – A proprietária Tropical Garden, Luzia Fátima Santos Oliveira, diz que não troca o corredor por nada. Há três anos instalada na João Ramalho, no Parque São Vicente, afirma que trabalha no ramo há 25 anos e há tempos "namorava" o terreno onde atualmente está instalada. "Já tivemos o mesmo tipo de comércio em São Caetano e em Ribeirão Pires, mas sempre imaginávamos nos mudar para cá, porque é grande a passagem de pessoas que vão para Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Suzano e Mogi das Cruzes, onde existem mais chácaras e sítios. Esse ponto é privilegiado", diz.

O comércio vive cheio. São vendidos no espaço plantas ornamentais, mudas e todo tipo de produtos para o desenvolvimento de projetos paisagísticos. O comércio de Luzia fica aberto de segunda a segunda, mas ela diz que é nos fins de semana que o movimento é maior. A época em que mais fatura, porém, é a partir de agosto, quando se aproxima a primavera.

Alice Matsue, da Arco Íris Moda Infanto Juvenil, é vizinha do Tropical Garden, e também mudou para a João Ramalho há quatro anos para que sua loja tivesse maior visibilidade. Antes, mantinha loja do ramo na avenida Presidente Artur Costa e Silva, no trecho residencial do Parque São Vicente, mas só atendia à clientela local. "Na João Ramalho, tive a oportunidade de ampliar a loja. Por ter a fachada toda colorida e estar bem em frente ao semáforo, recebo clientes de tudo quanto é canto."

Outra facilidade que diz ter é quanto a esse tipo de ramo – venda de roupas e artigos infantis – não ser sazonal. Portanto, a loja tem movimento o ano inteiro. "É claro que no inverno o faturamento aumenta um pouco mais. É que se a criança cresceu, não tem como improvisar. É preciso comprar roupa nova."




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