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Preso médico acusado de vender receita de remédio para emagrecer
17/12/2005 | 08:32
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A polícia prendeu quinta-feira, em Curitiba, o médico Antonio Miguel Nuevo, 64 anos, acusado de vender receitas de remédios manipulados destinados a emagrecimento. Ele orientava que se procurasse a Farmácia Floracel, que fica em frente ao seu consultório. O farmacêutico Daniel Dutra, 25, também foi preso, assim como as secretárias Cristiane da Cruz, 31, e Jaqueline Bernadete Santos, 34, que preenchiam os receituários. Outras três pessoas são procuradas. Todos responderão por tráfico e associação para o tráfico de drogas.

Segundo a denúncia, ele costumava prescrever doses maiores dos medicamentos para que causassem dependência nos pacientes. “Temos uma paciente que foi internada por várias vezes e hoje está em uma clínica para desintoxicação”, disse a delegada do Nucrisa (Núcleo de Repressão aos Crimes contra a Saúde), Paula Christiane Brisola. “Temos exames que comprovam a dependência química e algumas que teriam tentado o suicídio em decorrência disso.” Segundo ela, a paciente que fez a denúncia chegou a retirá-la depois, em razão de o médico estar ameaçando não atendê-la mais.

A polícia suspeita que o esquema de venda de receitas tenha rendido cerca de R$ 4 milhões ao grupo. Segundo a polícia, Nuevo vendia cerca de 50 mil receitas por ano, ao preço de R$ 25 cada uma. Pelo remédio a farmácia cobrava no mínimo R$ 80. No consultório de Nuevo foram encontradas centenas de receituários, medicamentos controlados e papéis promocionais. Pré-candidato a deputado federal pelo PV, ele tinha várias camisetas de propaganda em que aparecia com a roupa do homem-aranha e utilizava o apelido Migué Aranha.

As investigações começaram em fevereiro, quando a mãe de uma paciente fez denúncia ao Conselho Regional de Medicina. Ele já chegou a ser condenado em outras ocasiões pelo Conselho de Ética do CRM. Além de Curitiba, atendia em Guarapuava, Ponta Grossa, Palmeira e Pato Branco. Formado em medicina em 1972, pela Universidade Federal do Paraná, era excêntrico e se dizia o médico com mais pacientes do mundo. Ao depor, ele admitiu a venda das receitas, mas negou que estivesse prescrevendo doses maiores com o intuito de provocar a dependência.




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