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Mundo deve levar cerca de 5 anos para superar crise
11/10/2010 | 07:10
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O mundo deve demorar de três a cinco anos para superar completamente a crise econômica iniciada em 2008, com a quebra de instituições americanas de crédito imobiliário. A estimativa foi apresentada ontem por Mohamed El-Erian, diretor-executivo da administradora de fundos de investimento Pimco, durante assembleia geral do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial.

El-Erian afirmou que "o mundo venceu a guerra, mas não alcançou a paz." Ao avaliar a situação atual o executivo esquivou-se de mencionar diretamente os dilemas mundiais acentuados, em certa medida, pelo seu próprio ramo de negócio. Esse é o caso da reorientação dos fluxos de capitais das economias centrais para alguns emergentes, como o Brasil e a China.

O efeito menos benéfico desse movimento de capital se dá na valorização excessiva das moedas, contornado por meio de intervenções fiscais e, sobretudo, monetárias. O diretor do Pimco preferiu se restringir ao risco da "inércia" dos países desenvolvidos e dos resultados desapontadores de suas políticas de recuperação para a economia mundial.

"Os países avançados estão perdendo o momento. Se não agirem com cuidado, correrão o risco de deslizar para uma década perdida de crescimento baixo, de alto desemprego e de destruição do bem estar social", afirmou. "Isso complica o desafio de alguns principais emergentes de conduzir sua atual fase de crescimento."

Mas nenhuma possibilidade de acordo multilateral sobre os desequilíbrios mundiais é vista, entre outros, pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, como uma obra para o curto prazo. Ele insistiu uma vez mais que o governo brasileiro não deixará de intervir no mercado cambial, como meio de evitar uma valorização excessiva do real, nem de tomar as medidas monetárias necessárias para conter as pressões inflacionárias.

Meirelles aconselhou ainda o novo governo a ter o cuidado de manter a trajetória declinante da relação entre a dívida pública e o PIB (Produto Interno Bruto). Repetiu que o País não pode pagar o preço dos desequilíbrios gerados, em especial, pelos Estados Unidos e a China.

 




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