O Sindserv (Sindicato dos Servidores Públicos) de São Bernardo realizou ontem uma marcha pela Educação como forma de protesto contra o novo Estatuto do Magistério, que define funções, cargos e plano de carreira da área educacional no município. Munidos de carro de som e faixas, cerca de 300 profissionais reclamavam principalmente de a administração não ter aberto diálogo com a categoria para a realização de alterações no projeto.

As carreatas de profissionais partiram às 10h30 de ontem de dez pontos da cidade rumo ao Paço. Por volta do meio-dia, começou a passeata até a sede da Secretaria Municipal de Educação, na Avenida Wallace Simonsen, bairro Nova Petrópolis - cerca de três quilômetros.

Conforme explica o presidente do Sindserv, Giovani Chagas, os servidores estão insatisfeitos, principalmente, com duas alterações. De acordo com a nova proposta, não será mais necessária a realização de concurso público para os cargos de diretor de escola e coordenador pedagógico. "Não sabemos se essas pessoas serão indicadas ou sorteadas. Queremos políticas públicas de qualidade", destaca.

Além disso, os cargos de apoio da Educação, como auxiliar de limpeza, merendeira e segurança, além da equipe técnica, formada por fonoaudiólogo, psicólogo e pedagogo, por exemplo, não farão mais parte do quadro do magistério. "Quando se terceiriza esses cargos, se prejudica a qualidade do ensino, já que aumenta a rotatividade desses profissionais, que não terão visão de educadores", afirma.

O novo Estatuto do Magistério começou a ser elaborado em 2010. Segundo Chagas, foi formada comissão para se discutir as alterações necessárias e realizado congresso, em março. Há cerca de um mês, entretanto, a mesa de negociações foi suspensa pela Prefeitura. "Consideramos falta de respeito com o sindicato apresentar uma proposta parcial e diretamente aos trabalhadores", diz.

A Prefeitura de São Bernardo informou que só comentará o tema a partir da próxima semana, quando a secretária de Educação, Cleuza Repulho, pretende apresentar o documento aos cerca de 9.000 trabalhadores da Educação oficialmente.

Em sua página oficial no Facebook, a secretária escreveu que será realizada reunião no Cenforpe (Centro de Formação dos Professores), marcada para o dia 3, a fim de esclarecer detalhes sobre o documento.