O governador de Sao Paulo, Mário Covas (PSDB), disse neste sábado que está surpreso com o fato de a polícia nao estar divulgando nomes de policiais envolvidos com a máfia no Detran. "Para mim, é surpresa que a polícia nao esteja dando os nomes", afirmou. Sexta-feira (19), um investigador da Polícia Civil, cujo nome nao foi revelado, foi preso, acusado de participar do esquema de irregularidades no órgao.

Covas nao adiantou que medidas o governo vai tomar em relaçao às denúncias de irregularidades. "Já sei como agir lá, mas essas coisas a gente nao anuncia antes", disse. Para ele, nao há "nenhum inconveniente na instalaçao de uma CPI para apurar as denúncias contra o órgao. O governador garantiu, no entanto, que as irregularidades já estao sendo investigadas desde 1995, por sindicâncias conjuntas entre a Corregedoria do Detran, o Ministério Público e a Secretaria de Segurança Pública.

Ele voltou a dizer que os culpados serao presos, mas lembrou que medidas mais severas devem ser precedidas de investigaçao. "Nao posso mandar as pessoas para a cadeia sem provar que elas cometeram algum crime", observou.

Em relaçao à CPI do Narcotráfico, que recomendou uma "devassa" na polícia de Sao Paulo, o governador afirmou: "Eu duvido que em qualquer estado brasileiro tenha havido tanta gente demitida da polícia como no meu governo." Covas participou neste sábado da abertura da 4ª Bienal Internacional de Arquitetura, no Pavilhao da Bienal, no Parque do Ibirapuera, em Sao Paulo.