A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) está sendo o mercado mais afetado pela fuga de investidores estrangeiros do país para os Estados Unidos, Europa e Japão. Até o dia 10 deste mês, o saldo líquido dos investimentos externos na bolsa paulista somava R$ 1,027 bilhão, mas em apenas uma semana já recuava para R$ 147,54 milhões – segundo os dados mais atualizados.

As estatísticas também mostram que os investidores estrangeiros representam hoje 38,8% dos negócios de compras e vendas de ações da bolsa, ante 35,6% no mês passado. Essa participação mais ativa dos estrangeiros, no entanto, vem sendo negativa para o mercado, na medida em que mostra uma postura vendedora de ações e não de compra. As pessoas físicas também estão desmontando posições, mas de forma menos abrupta: representam 23,6% do mercado hoje ante 23,8% em abril.

A tendência para esta semana é de continuidade dos movimentos de volatilidade sobre os ativos de risco – ações, ouro e dólar –, principalmente para a moeda norte-americana, que na semana passada registrou elevação de 3,03%, a maior do ano, ante uma perda de 6,16% do Ibovespa (Índice da Bolsa de Valores de São Paulo). No mercado futuro da BM&F (Bolsa de Mercadorias e de Futuros), o preço do dólar estimado para junho é de R$ 2,216, ante R$ 2,234 em julho e R$ 2,252 em agosto.

A semana terá ainda um ingrediente que deve pesar na fixação do juro básico da economia, pelo Copom, em 30 e 31 de maio. Para comprar títulos públicos, os bancos vem pressionando o Tesouro por melhores taxas. A queda-de-braço será conhecida na quarta-feira, um dia após a realização dos leilões semanais que o BC organiza em nome do Tesouro. Se a colocação de papéis for tranqüila na terça - com resultado oficial na quarta – e com juro cadente, como quer o Tesouro Nacional, o indicativo para o Copom continua sendo de queda da Selic. Se for de estabilidade ou alta, tal reflexo poderá se refletir na manutenção do juro.