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Renda de motoristas de aplicativo cai 70%

Trabalho em home office por causa do coronavírus diminuiu as corridas e afetou ganhos

Miriam Gimenes
Do Diário do Grande ABC
23/03/2020 | 00:01
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O trabalho em home office e o fechamento de comércios e serviços estão fazendo com que as pessoas não saiam de casa. E, como reflexo disso, os motoristas de aplicativos da região têm suas corridas quase zeradas. É o caso de Marcos de Jesus Furlan, 49 anos, de Santo André, que há três anos presta serviço para a Uber e, desde quarta-feira, decidiu parar com a atividade. “De 40 corridas que eu fazia por dia caiu para oito. Embora essa seja minha única renda, não vale a pena correr risco, inclusive porque meus pais são idosos”, analisa.

Também andreense, Ivo de Araújo, 51, suspendeu as atividades. Ele, que trabalhava apenas no período da manhã, tanto no Uber quanto na 99, viu suas corridas caírem 70%. Se antes arrecadava R$ 100 em um dia, agora não chega a R$ 40. “Como tenho outra atividade, não fico full time na rua, então tenho essa opção de parar. Até porque, na última semana quase não teve chamadas, inclusive para as que eu fazia, para o aeroporto.”

Araújo, que vende seguros em agência bancária, vai ter de recorrer a home office. E diz, assim como Furlan, que as empresas de aplicativo não deram suporte nenhum até o momento. “Apenas mandaram instruções de higiene”, ressalta.

O governo do Estado e a Uber firmaram uma parceria para distribuir informações verdadeiras e oficiais de prevenção e combate ao novo coronavírus. A Uber encaminhou aos motoristas e usuários cadastrados no aplicativo o material oferecido no site www.saopaulo.sp.gov.br/coronavirus, produzido e atualizado diariamente pelo Estado para orientar a população e impedir a disseminação de fake news.

São explicações gerais e materiais para download, incluindo um guia de prevenção e uma relação de dúvidas frequentes, além de cartões, vídeos e áudios de entrevistas com especialistas.

Os motoristas e usuários receberam, por exemplo, um vídeo com orientações do médico infectologista David Uip, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo. A partir de fontes oficiais, as pessoas saberão como agir corretamente para prevenir o contágio e também proteger a saúde pública.

“Nosso objetivo é que cada vez mais empresas se engajem na nossa campanha de disseminação de informações corretas sobre o coronavírus e nos ajudem a combater as fake news. A Uber é uma grande parceira nessa missão, com o trabalho direcionado a milhares de motoristas e usuários”, afirma o secretário de Comunicação do governo de São Paulo, Cleber Mata.

Em nota, a Uber disse que se o motorista for infectado com o coronavírus e tiver de cumprir quarentena, receberá assistência financeira da empresa por até 14 dias enquanto estiver parado. O mesmo foi respondido pela 99, que anunciou fundo especial no valor de US$ 10 milhões para motoristas e entregadores diagnosticados com o vírus. Além disso, também criou página dentro do seu site com informações sobre prevenção.




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