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Mercado de locação se aquece no Grande ABC

Procuras por aluguéis têm aumento de até 20%, acompanhando a tendência de lançamentos

Por Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
24/11/2019 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


 Na esteira do crescimento do número de lançamentos imobiliários na região – dobrou em relação ao primeiro semestre do ano passado –, o mercado reagiu na busca por locações. Aluguéis mais baratos e proximidade das cidades da região – que oferecem cada vez mais serviços – com São Paulo são apontados pelos especialistas do setor como motivo do aumento de cerca de 20% na procura por imóveis residenciais no Grande ABC.

De acordo com levantamento feito pela OLX em quatro cidades – Santo André, São Bernardo, São Caetano e Diadema –, as buscas por locação aumentaram na média de 18% na comparação entre janeiro e setembro de 2019 e o mesmo período do ano passado, com destaque para Santo André (veja mais na arte abaixo). Também houve incremento de 23% na disponibilidade de imóveis para locação.

Para o diretor de imóveis da plataforma Marcelo Dadian, os números mostram novo momento no mercado. “Como nós trabalhamos com oferta e demanda, isso é muito visível. A cada dia que passa há mais imóveis para vender e para alugar e, ao mesmo tempo aumentou o número de buscas.”

Segundo Dadian, o mercado de locação também acaba sendo um termômetro para a retomada de todo o crescimento do setor. “O que a gente tem percebido é um aumento significativo, que primeiro começa com o aluguel e depois acaba indo para vendas. Com mais segurança na economia, ele sente mais confiança para tomar crédito, E hoje temos todos esses componentes, como, por exemplo, taxas de juros e financiamento imobiliário favoráveis”, disse.

As imobiliárias da região também observam a movimentação. O empresário Miguel Colicchio Neto, o Guta, da Colicchio Imóveis, que atua principalmente em Santo André, observou aumento de 20% na procura por imóveis. “É mescla de clientes. Temos moradores que são da região e o filho vai casar, então ela pega um apartamento menor, além daquela que a família aumenta e vai atrás de um local maior.
É bem diversificado.”

Outro ponto que acaba pesando para os inquilinos é o preço do aluguel. Dependendo do lugar, é possível encontrar imóveis em Santo André custando até 60% a menos do que em bairros badalados de São Paulo, como Moema, por exemplo. “É possível encontrar um apartamento bom, de três dormitórios no bairro Jardim por uma média de R$ 3.000 o aluguel. Em Moema, um imóvel equivalente sairia por R$ 7.000. Acontece situação parecida com São Caetano e o bairro Ipiranga, que são muito próximos. São cidades totalmente urbanizadas e ainda possuem uma grande gama de serviços”, afirmou Nilson Guaíra, proprietário da Guaíra Negócios Imobiliários, que possui agências em Santo André e São Bernardo.

De acordo com ele, houve acréscimo de 30% na procura por imóveis já mobiliados. O empresário apontou que há também um novo perfil de consumidor, que não se importa em morar de aluguel. “É uma faixa etária de até 30 e poucos anos. Muitos recém-casados também, porque eles podem economizar cerca de R$ 100 mil que seriam utilizados para mobiliar uma casa e fazer um pé de meia. É a mesma geração que não tem necessidade de comprar um carro, por exemplo, e prefere economizar com os custos e andar de aplicativo”, explicou Guaíra.

“Hoje, em relação à venda de imóveis, a locação tem um preço convidativo. Você mora na Vila Bastos (Santo André) em um bom apartamento mobiliado, com aluguel, condomínio e IPTU por R$ 2.500”, pontuou Colicchio. “É uma ótima opção para quem não possui aquela cultura de comprar um imóvel.”

Clientes recorrem à internet para buscas de imóveis residenciais

Com a facilidade que os smartphones oferecem, a própria busca por um imóvel sofreu mudanças. Se antes era comum verificar pessoas anotando anúncios no mural de imobiliárias, agora tudo isso está ao alcance da palma da mão.

Por conta disso, as imobiliárias também buscam se atualizar. Sócia-proprietária da Imobiliária Gonzaga Neto, localizada há 20 anos no centro de Santo André, Viviane Gonzaga Ferreira destaca que a maioria do contato agora acontece via WhatsApp. “Antes o consumidor via na placa e a gente recebia o cliente aqui. Hoje, isso não acontece, praticamente porque ela já está filtrando o que quer pela internet. Porém, na hora de fechar contrato, os clientes querem conversar com alguém”, disse.

Diretor de imóveis das OLX, Marcelo Dadian participou da 7ª edição do congresso Construindo o Grande ABC da Acigabc (Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC), no último mês, falando sobre o tema. Ele destacou a importância do papel do corretor e como ele deve utilizar as ferramentas digitais. “Aproximadamente 60% dos clientes estão comprando imóveis pela primeira vez. Então, o trabalho do corretor é fundamental para o auxílio, por isso ele deve ficar atento a utilização dos aplicativos”, disse.

Seguro pode ajudar a evitar dor de cabeça em negociação online

Em períodos de retração econômica, o fiador vira problema para o cliente na hora de fechar o negócio. Porém, ferramentas como o seguro podem ajudar na finalização da transação. A sócia-proprietária da imobiliária Gonzaga Neto, Viviane Gonzaga Ferreira, afirmou que ainda há muitos clientes com dívidas e nome sujo. “A procura aumentou bastante, mas na hora de fechar negócio, ele não se concretiza. Tem muita gente com nome sujo e sem fiador, por exemplo”, comentou.

Uma opção pode ser a contratação do seguro fiança. Mediante um custo variado, o inquilino que opta pelo serviço garante uma indenização ao proprietário pelos prejuízos causados por atraso de pagamento e outros danos.

DICAS ONLINE
A OLX orienta que o internauta avalie minuciosamente todas as informações do anúncio e dê preferência aos imóveis com informações mais completas, descrições maiores e melhores, além de fotos. A plataforma orienta ainda que os usuários tirem as dúvidas sobre o imóvel com o contato do anúncio, por meio do chat e via telefone. “Desconfie de anúncios não realistas, com fotos não condizentes com a descrição ou localização do imóvel. Ligue para o condomínio ou para imóveis vizinhos e confirme a existência da casa e da locação. Use ferramentas e aplicativos de localização para checar a veracidade do imóvel. Verifique no mapa se as informações estão de acordo com o explicado pelo locatário. Se possível, visite o imóvel antes de efetuar a locação”, indica a plataforma.

Além disso, a OLX orienta atenção na formalização do contrato. “Não se esqueça de discriminar tipo e número de cômodos, garagem, entre outros detalhes. Se o imóvel for mobiliado, inclua no contrato a descrição da mobília, a relação de móveis e utensílios e o estado de conservação”, orienta.




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