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Gestantes têm resistência à imunização

Cobertura vacinal de doses preconizadas durante a gravidez não alcança metas na região

Vanessa de Oliveira
Do Diário do Grande ABC
20/06/2018 | 07:00
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 Embora a rede pública de Saúde oferte vacinas voltadas à proteção contra doenças durante a gravidez e aos recém-nascidos gratuitamente (veja na arte ao lado), gestantes têm resistido em aderir às imunizações. Com isso, as coberturas vacinais deste público-alvo seguem em baixa.

A vacina dTpa (difteria, tétano e coqueluche), por exemplo, é exclusiva para gestantes. A meta de imunização preconizada pelo Ministério da Saúde é atingir 95% do grupo. Mas em Mauá, em 2017, apenas 18,3% das grávidas se imunizaram. Em São Bernardo, o índice atingido foi de 30,11%. Em Santo André, a adesão foi mais satisfatória, mas também sem atingir a meta: 71,25%. Somente Diadema praticamente alcançou o número, com 94% de cobertura. As demais cidades não responderam.

Outra vacina disponibilizada às gestantes é contra a hepatite B. Somente o município andreense informou o percentual de cobertura atingido no ano passado – 71,85%.

A terceira imunização preconizada é contra a Influenza (gripe), ofertada durante campanhas anuais. Em andamento desde 23 de abril – e com prazo de encerramento na sexta-feira –, a ação deste ano não tem atraído as gestantes. Na cidade andreense, até agora, apenas 34,05% delas se vacinaram. Em São Bernardo, 48,68% do grupo foi imunizado; em Mauá, 45,39% e, em Diadema, 45,35%. Na campanha de 2017, nenhum desses municípios atingiu a meta de 95%, ficando entre 61% e 76%.

“O principal motivo (da baixa adesão) se deve ao desconhecimento do benefício que as vacinas trazem para a mãe e para o bebê”, observa a ginecologista e obstetra do Hospital América de Mauá Virgínia Tessitore Magrin. “Essas vacinas são seguras e previnem doenças potencialmente graves no ciclo gravídico-puerpera”, completa.

Apesar da seguridade garantida por especialistas, muitas grávidas optam por resistir a algumas vacinas. Prestes a ganhar o segundo filho, a profissional de RH (Recursos Humanos)Ariane Aparecida Negrão, 32 anos, de Mauá, não quis se imunizar contra a gripe devido à má experiência passada. “Tomei uma vez (a vacina) e fiquei péssima, sendo que não pego gripe há anos, exceto no ano em que tomei”, conta.

Grávida de seis meses, a redatora Beatriz Trabachini, 27, de São Bernardo, segue a mesma argumentação. “Acredito que não seja necessário acrescentar um anticorpo de um vírus que vive em constante mutação no meu corpo. Além de deixar com os sintomas da gripe por um período.”

 




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