Na região, governador ironiza ação do tucanato de excluir Maranhão da sigla por ignorar Doria
Governador de São Paulo e pré-candidato à reeleição, Márcio França (PSB) reagiu com ironia a deliberação do PSDB de expulsar sumariamente do partido o prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão, por ter decidido apoiar seu projeto em vez de subir no palanque de João Doria (PSDB), ex-prefeito da Capital.
“(O PSDB) Vai precisar ter muita ficha e caneta para expulsar bastante gente lá (do partido), porque tem muito tucano...”, alfinetou França, que voltou ao Grande ABC ontem à noite, depois de cinco dias, quando esteve em Mauá. Desta vez recebeu título de cidadão de Diadema, na Câmara, proposto pelos vereadores socialistas Célio Boi e Marcos Michels, que preside o Legislativo.
Em tom descontraído e sem falar em nomes, França citou ainda o caso do prefeito de São Caetano, o tucano José Auricchio Júnior, que tem evitado declarar apoio explícito a Doria, em aceno velado ao projeto do PSB. “Vir frequentemente ao Grande ABC significa que eu tenho muitos amigos aqui e venho tanto prestigiá-los quanto ser prestigiado. Muitos prefeitos (da região) me apoiam, outros não podem falar que me apoiam, mas me apoiam”, disse o governador.
Questionado se estava se referindo a Auricchio, França despistou. “Ah, tem muitos, muitos, muitos.”
O socialista criticou ainda a postura adotada pelo presidente do PSDB paulista, o deputado estadual Pedro Tobias, de excluir Maranhão dos quadros sem antes dar chance de o prefeito se defender no caso. “No meu partido isso não acontece. É muito ruim isso. É injusto você fazer punição sem ouvir as pessoas antes. Não é correto. Você primeiro ouve, abre prazo de defesa, a pessoa se defende e você, se quiser, pune”, opinou França, ao ponderar, porém, que a decisão do tucanato foi precipitada porque, até as convenções partidárias, em julho, nenhuma candidatura está “consolidada”. “Só depois que o candidato for oficializado é que todo mundo precisa respeitar a escolha.”
Eleito vice-governador na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB), em 2014, e herdeiro da chefia do Palácio dos Bandeirantes com a saída do tucano – que será candidato ao Planalto –, França tem intensificado agendas no Grande ABC. Foi a segunda vez que veio à região na condição de governador. Nas sete cidades, o socialista tem palanque certo em pelo menos quatro: em Diadema, com apoio do prefeito Lauro Michels (PV); Mauá e Ribeirão Pires, com a adesão natural dos prefeitos do PSB, Atila Jacomussi e Adler Kiko Teixeira, respectivamente; e em Rio Grande da Serra, com o suporte político do ex-tucano Maranhão. Em solo são-caetanense também há espaço para França mesmo se Auricchio não pedir votos abertamente ao socialista. Filho do prefeito, Thiago Auricchio sairá candidato a deputado estadual pelo PR, sigla que está fechada no arco de alianças do PSB.
Socialista assegura que PSB não pedirá mandato de Cicote
Principal liderança do PSB no Estado, o governador Márcio França assegurou que a comissão provisória do partido em Santo André não vai tentar na Justiça tomar o mandato do presidente da Câmara, Almir Cicote, por infidelidade partidária. O parlamentar trocou no início do mês o PSB pelo Avante, por onde será candidato a deputado estadual.
França confirmou ter acordado com Cicote sua saída, informação que o presidente paulista do Avante, Josué Tavares, já havia antecipado ao Diário, sob ameaça de deixar a coligação de apoio. “É verdade (que acertou de não pedir a cadeira do Cicote). Pedi para que (os socialistas de Santo André) desfizessem (o movimento para exigir a vaga). A gente combinou e o combinado é para ser feito. O partido não vai pedir. Eu combinei com ele (Cicote) e está combinado”, sentenciou.
A provisória do PSB andreense, presidida por Donay Neto, reclamou, nos bastidores, de não ter sido comunicada deste acerto e chegou a sinalizar interesse de exigir na Justiça Eleitoral a cadeira de Cicote.
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