A Câmara de Ribeirão Pires aprovou projeto do Executivo que recria a Secretaria do Verde, Meio Ambiente e Saneamento Básico. A maioria dos vereadores, no entanto, mesmo os que votaram a favor – a decisão foi 9 a 1 –, declararam-se esperançosos de que o prefeito Clóvis Volpi (PV) reconsidere sua decisão de convidar Lair Moura Sala Malavila Jusevicius, a Lair da Apae (PPS), para ser a titular da Pasta.

José Maria Adriano (PMDB) e Edson Savietto, o Banha (Psol), afirmaram que Lair não é o nome mais adequado. Durante a discussão do projeto, a tribuna se transformou em palanque eleitoral. Quem primeiro pediu a palavra foi o líder de governo Antonio Muraki (DEM).

“É fundamental a criação desta secretaria. Ela já existia, mas o Executivo achou por bem extingui-la. Agora, porém, há a necessidade de recriá-la por conta do grande investimento de R$ 17 milhões que a cidade receberá pela parceria com a Sabesp. Aliás, um investimento jamais visto na história do município.”

A colocação do democrata teve resposta imediata. A vereadora Elza da Silva Carlos, a Professora Elzinha (PT), criticou a falta de planejamento do governo Volpi. Ao tomar posse, o prefeito criou a Secretaria do Verde, que foi extinta no ano seguinte, para novamente recriá-la agora. “É um absurdo. Em um intervalo de dois anos criar, extinguir e recriar a mesma secretaria”, queixou-se a petista.

Elzinha também não está satisfeita com a indicação de Lair da Apae, afirmando que a indicada por Volpi já morava em Ribeirão quando a Pasta foi criada, em 2005, mas na época seu nome sequer foi cogitado pelo chefe do Executivo.

Em defesa do prefeito, Antônio Muraki acusou a Professora Elzinha de estar usando a tribuna para dar início a sua campanha como pré-candidata do PT à sucessão municipal.

A troca de farpas não parou por ai. Elzinha agradeceu o “lançamento de sua candidatura” e contou aos presentes – cerca de 15 pessoas – que o democrata sempre fez o jogo do governo. Segundo ela, foi assim quando a Prefeitura era administrada pelo PMDB (década de 1990), pelo PT (na gestão 2000-2004) e pelo PV (atualmente).

Além da criação da secretaria, oito cargos foram aprovados para compor a Pasta: um secretário, um adjunto, quatro coordenadores técnicos e dois assistentes administrativos. Com a nova secretaria, a Prefeitura deve gastar em torno de R$ 10 mil por mês em salários.