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Israel ameaça Hezbollah com 'ataques mais contundentes'
Por Do Diário do Grande ABC
08/02/2000 | 10:21
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O Estado hebreu enfrenta, nesta terça-feira pela manha, o risco quase certo de uma escalada nos combates contra o movimento xiita Hezbollah, depois da incursao lançada à noite contra o Líbano e a conseqüente ameaça de resposta do movimento pró-iraniano. Israel advertiu, esta terça-feira, que realizará ``ataques mais contundentes' contra o Líbano, se o Hezbollah tentar esboçar açoes de represália para vingar as incursoes da noite anterior contra instalaçoes elétricas libanesas, segundo um oficial superior.

Diante desta situaçao, a Síria e o Líbano pediram nesta terça-feira uma reuniao ``urgente' do Comitê internacional de vigilância do cessar-fogo no Sul do Líbano, para examinar os ataques aéreos israelenses que tiveram como objetivo instalaçoes elétricas, segundo uma fonte oficial.

O ministro israelense na presidência do Conselho, Haim Ramón, declarou que Israel nao está obrigado a respeitar, em suas atividades militares no Líbano, o acordo de 1996.

Este acordo foi assinado em abril de 1996, pouco depois dos maciços ataques aéreos israelenses no Líbano, conhecidos como ``operaçao Vinhas da Ira', que mataram 175 pessoas. O acordo impôs às partes em conflito - o exército israelense, sua milícia aliada Exército do Sul do Líbano (ELS) e os grupos anti-israelenses, em particular o Hezbollah xiita libanês - nao atacar civis e evitar açoes militares contra ou a partir de zonas habitadas.

O comitê de vigilância, integrado por representantes dos Estados Unidos, França, Israel, Líbano e Síria, é regido pela regra de só tomar decisoes em consenso, e nao dispoe de meios coercitivos para adotar sançoes contra as violaçoes.

``Se a situaçao nao mudar, prepararemos outras açoes, muito mais importantes, mais severas (...) Se houver disparos de foguetes nas próximas horas, finalmente deveremos fazer algo mais', declarou, por sua vez, o major-general Giora Island, comandante da direçao de planejamento do exército israelense na coletiva de imprensa.

De qualquer maneira, a mensagem israelense foi cuidadosamente dosada para nao provocar o exército sírio: ``Nao há nenhuma intençao de buscar a escalada', disse o oficial.

Israel acusa a Síria, que exerce uma influência preponderante no Líbano, de nao impedir os ataques do Hezbollah contra o exército israelense no Sul do Líbano, que nas últimas duas semanas provocaram a morte de cinco soldados israelenses.

Por sua vez, o Hezbollah anunciou, esta terça-feira, que iria replicar ``no momento oportuno', talvez dentro de ``muito breve', aos ataques da noite.

``A agressao da noite nao poderá proteger o exército israelense na zona ocupada dos ataques dos resistentes e seus soldados continuam sendo o objetivo das bombas dos mujahedines de seus foguetes e de suas emboscadas, sejam quais forem as reaçoes dos sionistas, garantiu.

A aviaçao israelense bombardeou três estaçoes elétricas de transmissao, feriu 18 civis, um deles gravemente, e deixou na escuridao boa parte do país, em pleno inverno.

Os bombardeios israelenses destruíram as três estaçoes de distribuiçao de eletricidade em Jamhur, perto de Beirute, em Baalbek (Leste) e nos arredores de Trípoli (Norte).

O ministro libanês de Recursos Elétricos, Soleiman Traboulsi, declarou nesta terça-feira que as incursoes israelenses haviam atingido desta vez centrais de geraçao de energia elétrica.




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