Pego de surpresa com a saída da vice-prefeita de Rio Grande da Serra, Marilza de Oliveira, do PTB rumo ao PSD, o presidente estadual do PTB, deputado Campos Machado, cogita possibilidade de apostar em candidatura própria na cidade ou até integrar frente costurada para impedir a reeleição do prefeito Gabriel Maranhão (PSDB).

Campos não escondeu descontentamento ao saber pelos jornais sobre a saída de Marilza do PTB, em negociação de Maranhão direta com o ministro das Cidades e líder nacional do PSD, Gilberto Kassab.

“Houve um mal entendido sobre essa questão. Disseram que eu tinha liberado a vice (do PTB), que tinha um acordo feito com o Kassab. Nada disso ocorreu”, reclamou o petebista.

O dirigente já reclamou da postura de Marilza, que, em 2014, decidiu apoiar a reeleição do deputado estadual Orlando Morando (PSDB) em vez de pedir votos a candidatos do PTB. A postura fez Campos solicitar publicamente que Maranhão reconsiderasse a manutenção da chapa e escolhesse Helenice Arruda (PTB), ex-vice, como sua companheira em 2016. O tucano defende a continuidade de Marilza.

O deputado estadual afirmou “gostar muito” do ex-prefeito Adler Kiko Teixeira (PSB), que agora concorrerá à Prefeitura de Ribeirão Pires. Kiko é o mentor político de Maranhão. “Tenho muito apreço pelo Kiko, mas não descarto colocar o PTB em frente política contra o Gabriel Maranhão. Ou até mesmo lançar candidatura própria. Não está fechada nenhuma possibilidade”, avisou Campos Machado.

Por enquanto, dois nomes se lançaram contra Maranhão na cidade: o ex-vereador Claudinho da Geladeira (PT) e o vereador Edvaldo Guerra, que vai trocar o PV pelo PMDB com projeto majoritário. Há chance também de candidatura do parlamentar Cleson Alves, próximo de deixar o PT pela Rede Sustentabilidade.

Há longa trajetória de alianças políticas entre PSDB e PTB em Rio Grande da Serra. Nos dois mandatos de Kiko, Helenice ficou como sua vice. Quando o ex-prefeito escolheu Maranhão para buscar sua sucessão, negociação manteve o PTB na chapa, com a então vereadora Marilza de Oliveira migrando ao partido.

Recentemente, Maranhão afirmou que iria procurar Campos Machado para diálogo e expor seus motivos pela mudança partidária da vice. E esperava que o PTB se mantivesse na coalizão para 2016.