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Espécies únicas enriquecem a fauna australiana
Do Diário do Grande ABC
28/09/2006 | 00:24
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Devido à separação da placa continental antártica que deu origem à Austrália e a manteve isolada do resto do mundo durante milhares de anos, a terra dos cangurus e lagartos apresenta uma fauna digna de intrigar até o mais convicto dos darwinistas. A começar pelo primitivo ornitorrinco – único mamífero ovíparo de que se tem notícia, com bico, pés de pato e um ferrão que inocula veneno – e o demônio da tasmânia, que, apesar do nome e da aparência hostil, prefere alimentar-se de carcaças a ter de caçar.

Não à toa, o brasão australiano estampa dois animais-símbolo da diversidade de espécies: o emu e, como não poderia deixar de ser, o canguru. Segunda maior ave do mundo, atrás apenas do avestruz, o emu chega a ter 1,80 m de altura e, embora não voe, corre até 50 km/h. Já os cangurus se instalaram na Austrália há mais de 15 milhões de anos e hoje somam 40 milhões em toda a ilha – ou seja, há dois para cada habitante. Algumas das 50 espécies atingem 70 km/h, velocidade jamais imaginada para um outro animal típico: o coala, que dorme cerca de 18 horas por dia e destina o resto do tempo à ingestão de folhas de eucalipto. Há locais que chegam a cobrar uns trocados do turista que quiser pegar um coala no colo. Afinal, quem desperdiçaria a chance?

Mas, antes de bancar o Crocodilo Dundee, lembre-se de que nem todos os animais australianos esbanjam a ternura de um coala. Muito pelo contrário: algumas chegam a ser fatais ao homem. É o caso, por exemplo, da formiga bulldog, que pode medir 4 cm e guarda veneno suficiente para matar uma pessoa.

No mar, além dos tubarões e das arraias gigantes – que, embora pouco ofensivas, atraíram neste mês os holofotes da mídia internacional ao provocar a morte do apresentador de TV Steve Irwin durante uma filmagem na Grande Barreira de Corais –, o visitante deve tomar cuidado com a Box Jellyfish, espécie de água-viva cujos tentáculos atingem 3 m e podem matar uma pessoa em minutos. Acidentes com este bicho na Austrália, aliás, são mais comuns do que com crocodilos ou tubarões.

E, em terra firme, desconfie dos ares de cachorrinho carente dos dingos. Embora ande em matilhas pelas praias, esta espécie de cachorro-selvagem pode atacar se sentir ameaçada. Em 1980, um casal que acampou perto do rochedo de Uluru alegou ter visto seu bebê, Azaria Chamberlain, ser levado por um dingo, dando início ao mais famoso julgamento da história australiana, que inspirou um filme estrelado pela atriz Meryl Streep.

Tragédias de lado, a lista de bichos exóticos ainda inclui os glow-worms (vaga-lumes que permanecem o tempo todo acesos), o lagarto diabo-espinhoso e pássaros como o kookaburra, os papagaios cockatoos e os periquitos australianos. Isso sem falar no extinto tigre da tasmânia, candidato número um a ser o primeiro animal recriado pela clonagem. E para os que preferem plantas a animais, aí vai outro bom motivo para visitar o país: das 20 mil espécies vegetais viventes na Austrália, 17 mil não podem ser encontradas em nenhuma outra parte do mundo. Darwin, com certeza, agradece!



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