O deputado federal Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT), afirmou ontem que não tem pretensão de ser o representante da legenda na disputa pelo Paço de Diadema na eleição do ano que vem. A afirmativa, em tom de recuo, foi proferida pouco mais de 20 dias após sua filiação no diretório diademense – tinha domicílio eleitoral em São Bernardo –, quando foi cogitado como uma das opções da sigla no embate pelo comando da Prefeitura de Diadema, hoje nas mãos do rival Lauro Michels (PV).

Após mudar título de eleitor para Diadema em 30 de setembro, Vicentinho assinou ficha de filiação no PT local um dia depois, em ato que ficou marcado pelo boicote liderado pela bancada de vereadores. Parlamentares defendem o nome do ex-prefeito José de Filippi Júnior (PT) como líder da empreitada, porém, se colocaram como alternativa ao processo eleitoral caso Filippi mantenha posição de ficar fora das urnas em 2016. Manoel Eduardo Marinho, o Maninho, e José Antônio da Silva se posicionaram como pré-candidatos do partido.

Vicentinho, porém, segue com prestígio com parte da militância petista, liderada por integrantes de movimentos sindicais e pelo ex-vice-prefeito Joel Fonseca. De forma neutra, o presidente do PT diademense, o ex-prefeito Mário Reali, assegurou recentemente que o parlamentar federal era visto por ele como uma das opções e que iria trabalhar por sua integração no petismo.

“Meu nome não está colocado para a disputa eleitoral. Voltei para Diadema com o objetivo de agregar. Constatei que a possibilidade de ser o representante gerou conflito e isso jamais vou querer”, sentenciou.

Na semana passada, a bancada dos vereadores realizou encontro partidário e voltou enfatizar rejeição à empreitada eleitoral com o deputado.

“Não tenho a pretensão de concorrer ao Paço. Tenho muita consideração pelas pessoas que me apoiam internamente, porém, respeito o PT de Diadema e os pré-candidatos que já haviam trabalhado seus nomes”, disse Vicentinho.

REPERCUSSÃO
Postulantes ao posto de líder da chapa petista, Maninho e Zé Antônio mantiveram posturas similares após posicionamento de Vicentinho.

“Essa postura é o que se espera de uma liderança como o deputado. O momento dele na cidade ainda vai chegar, principalmente por tudo que contribuiu e pela histórica militância. Sempre tive apreço e respeito por ele. Somente essa questão de candidatura estava inoportuna”, pontuou Maninho.

“Conhecendo o Vicentinho, vejo um discurso acertado. Sua chegada e contribuição em nossa cidade serão fundamentais. Sua fala mostra maturidade. O problema em relação ao processo eleitoral é que estávamos como discussão em progresso”, disse Zé Antônio.