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Festa das Mocréias
acaba em pancadaria
Willian Novais
Do Diário do Grande ABC
28/02/2011 | 07:11
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Tiros, bombas, correria e desespero. Foi desta forma que terminou, no fim  da tarde de ontem, o animado desfile do Bloco das Mocréias, na região central, de Ribeirão Pires.

A Polícia Militar entrou em ação depois de ocorrer diversos tumultos ao mesmo tempo no momento da dispersão dos foliões. A confusão começou por volta das 18h.

O motivo principal foi o alto consumo de bebidas alcoólicas. Todos os envolvidos nas brigas estavam visualmente embriagados.

Os policiais  dispararam bombas de efeito moral, tiros de bala de borracha e golpes de cassetete.

A equipe do Diário acompanhou o conflito, que durou aproximadamente 10 minutos, e conversou com diversas pessoas feridas, principalmente mulheres e jovens.

"Eu estava com meu filho e o marido e os soldados atiraram mesmo assim. Só deu tempo de virar e proteger o bebê", disse Cristiane Rodrigues Leal, 25 anos. Ela foi atingida por um tiro de bala de borracha na perna direita. O marido, o analista de informática Diogo Miranda, 24, exibia as marcas de pancadas nas costas.

"Não era para ser desse jeito, tinha os vândalos, mas a gente não fez nada e apanhou do mesmo jeito."

No meio do pânico, a maioria das pessoas se esconderam em bares, agências bancárias, residências e prédios.

A estudante Patricia Soares, 17, entrou em estado de choque após ser atingida no rosto por uma pedra. "Não sei de onde veio, foi a  primeira e última vez que venho aqui", disse a garota, que mora em Santo André.

Desfile animado

O desfile começou após queima de fogos ensurdecedora. Cerca de 20 mil pessoas acompanharam a farra do Bloco das Mocréias, pelas ruas do centro da cidade.

De cima do trio elétrico, a banda de marchinhas empolgou a galera e os homens com roupas de mulher foram as grandes atrações. Fantasias de bruxas, índias, joaninhas, abelhas e uma série de invenções inusitadas foram usadas pelos participantes, com direito à maquiagem carregada e muito bom humor.

O aposentado Odair Malerba, 67, mais conhecido como Daia, era um dos mais animados e saiu na frente do bloco. Ele é o fundador e presidente de honra dos foliões.

"Todo ano falo que vou parar, mas na hora não aguento, coloco uma roupa e venho para as ruas. É muito emocionante ver todas essas pessoas", comentou,  emocionado.

As brincadeiras ocorreram sem qualquer tipo de problemas durante as  três horas de desfile e também na concentração,  que começou nas primeiras horas da manhã.

Esse resgate do carnaval de rua é maravilhoso, não existe disputa ou  regra. O que está em jogo é a diversão e isso não tem preço", definiu a foliã Marli Alves, 42, que mora na Capital.

Moradores se acumularam nas calçadas, em uma espécie de arquibancada improvisada.  Como em todo Carnaval, houve guerra, mas essas sem quaisquer  feridos, já que os sprays de espuma foram as armas.




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